É mais um sinal da crise e das dificuldades de tesouraria nacional. Desde o início do ano que a PSP, a GNR e o SEF não estão a entregar, ao Estado, a retenção de IRS, relativa a cerca de 50 mil funcionários. O mesmo se verifica, já há alguns meses, com os descontos para a Caixa Geral de Aposentações e para a Segurança Social.

A suspensão temporária do pagamento destas contribuições, por falta de liquidez para pagar salários e suplementos, foi a solução encontrada através de um acordo entre os ministérios de Rui Pereira e Teixeira dos Santos. Desta forma, todas as verbas são canalizadas para pagar salários e, nas forças de segurança, estão em causa suplementos de turnos, de patrulha, entre outros.

António Ramos, presidente do Sindicatos dos Profissionais da Polícia (SPP), referiu, em declarações ao JPN, que a situação é “preocupante”. Pode mesmo estar em causa o pagamento dos salários dos profissionais de segurança, uma vez que o Orçamento de Estado para a PSP não é suficiente.

“É uma situação bastante desagradável”, declarou António Ramos, uma vez que nem o próprio Estado dá o “exemplo” no que se refere ao pagamento de impostos. Quanto aos cortes que se fazem sentir na PSP, o sindicalista considera que estão a ser demasiados, podendo mesmo pôr em risco o funcionamento do cumprimento dos deveres dos polícias.

PSP e GNR não paga benefícios aos profissionais desde Maio de 2010

“Retira de uma lado, para tapar buracos noutro”, justificou António Ramos, relativamente à política de governo do país. Desde Maio de 2010 que o MAI deixou de pagar alguns benefícios aos profissionais da PSP e da GNR.

O JPN tentou entrar em contacto com o Sindicato da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), mas não obteve resposta em tempo útil.