Sob rodas e com a câmara ao pescoço, foi assim que Sérgio Moura chegou ao Jardim da Cordoaria. Tinha acabado de fotografar um avô e o neto que passavam de bicicleta.

Apaixonado pela fotografia desde muito cedo e ciclista desde a adolescência, Sérgio Moura percorre as ruas do Porto à procura do ciclista urbano. “Olho para um ciclista e parece-me que está nos seus afazeres diários, que podem ser ir ao café”. O fotógrafo tenta ser “generalista” e “mostrar que a cidade é ‘ciclável’ por todo o tipo de pessoas, vestidas de todas as formas, de todas as classes sociais e etárias”.

Para Sérgio Moura, a abordagem às pessoas é muito simples: “é só explicar o projecto, porque se cria uma certa empatia por sermos ciclistas que se vêem na mesma situação, nesta cidade um pouco agreste”. Assim, as pessoas têm aceitado posar para a fotografia porque têm “orgulho em mostrar a sua bicicleta”.

Na hora de optar entre o analógico e o digital, Sérgio Moura não hesita na escolha do analógico, “tanto pelo resultado” como pela “relação com as máquinas”, conta. Essa relação tem-se tornado um “hobby obsessivo” para este fotógrafo, arquitecto de profissão.

Ver mais pessoas a andar de bicicleta

Apesar de começarem a ser alguns os ciclistas urbanos, Sérgio Moura confessa que gostava de ver “mais pessoas a andar de bicicleta em Portugal”.

O fotografo possui uma moto mas, mesmo assim, destaca que andar de bicicleta permite não só “aliar muitas vantagens num só veiculo” como também “é uma forma mais eficiente para se deslocar na cidade, em termos de rapidez, custos económicos, ecológicos”. Sempre que pode, a bicicleta é o seu meio de eleição.

Sérgio Moura lembra os costumes de aldeia, onde era possível ver senhores que “sempre usaram a bicicleta e que continuam a usar” e espera que, num futuro próximo, as gerações mais novas passem a adoptar a bicicleta como meio de transporte diário.

Para promover a utilização da bicicleta e a comunidade de ciclistas urbanos, Sérgio Moura decidiu criar o blog “De bicicleta no Porto“. Para o fotógrafo, “às vezes, a imagem vale só por si e consegue transmitir o gosto pela fotografia e pela bicicleta”.