“Emocionada”. Foi assim que Manuela Marques se sentiu, esta terça-feira, quando ouviu o seu nome ser anunciado como vencedor do BESphoto 2011. Para a artista, o prémio veio “recompensar as dúvidas em vez das respostas”, já que o trabalho vencedor “não é uma linha recta dentro de uma estética fotográfica”. Trata-se, pois, de uma “realidade complexa e não uniformizada”, que “não se deixa agarrar facilmente”, explica Manuela Marques.

Adepta de um trabalho “muito intimista”, a fotógrafa portuguesa quis retratar, no projecto agora vencedor, o visível e invisível de um parque dominado pelo tráfico e pelo consumo de crack, em São Paulo, no Brasil. A artista apresentou algo “totalmente inédito” e ficou contente por, “finalmente, se ter destacado dos outros trabalhos”. O prémio, no valor de 40 mil euros, trouxe-lhe “energia para trabalhar” e condições e “tranquilidade” para “continuar com novos projectos”.

Manuela Marques vive actualmente em Paris. No entanto, a fotógrafa defende que Portugal tem, neste momento, uma “geração artística muito viva e com um nível muito bom”. Nos últimos vinte anos, Manuela Marques tem exposto regularmente em instituições francesas, como o Centre National de la Photographie ou o Musée Malraux. Tem participado, também, em exposições brasileiras e tem uma exposição individual no Appleton Square, em Lisboa, de nome “Temporada”.

Além de Manuela Marques, também o português Carlos Lobo, o angolano Kilanii Kia Henda, o moçambicano Mário Macilau e o brasileiro Restiffe foram os finalistas do Prémio BESphoto 2011.

O BESphoto é uma iniciativa do Banco Espírito Santo em parceria com o Museu Colecção Berardo, iniciada em 2004. Os cinco finalistas têm os seus trabalhos expostos no museu até 13 de Junho. A partir daí, os trabalhos seguem para a Pinacoteca de São Paulo, no Brasil, onde estarão expostos entre 20 de Agosto e 23 de Outubro deste ano.