Concluídos os quartos-de-final, ficaram apuradas quatro equipas para as meias-finais da competição. De entre essas, três são portuguesas: um feito histórico. Se a isso juntarmos o facto de a quarta equipa ser espanhola, torna-se evidente que os holofotes europeus vão estar virados para a Península Ibérica. Desde já, existe uma certeza: a final da Liga Europa vai ter, pelo menos, uma equipa lusa. Com uma das meias-finais entre Benfica e Braga, sabe-se que uma destas equipas vai lá estar. Cabe ao FC Porto garantir a outra vaga portuguesa.

Mas para que todo este cenário fosse possível, o Sp. Braga foi obrigado a ser paciente diante do Dínamo Kiev, para eliminar os ucranianos, o Benfica teve de apanhar alguns sustos e reerguer-se para ultrapassar o PSV e o FC Porto precisou de ir dar um “passeio” à Rússia, para deixar os moscovitas do Spartak de fora do resto da “viagem”. Na outra partida, o Villarreal venceu o Twente por 3 – 1, resultado que juntou à vitória por 5 – 1 da primeira mão, e sabe que vai defrontar o Porto nas “meias”. A outra eliminatória, já se sabe, vai colocar frente a frente, Braga e Benfica.

Spartak Moscovo 2 – 5 FC Porto (Total: 3 – 10)

“Da Rússia com amor”. Este poderia ser o título da relação que o FC Porto tem com o país de Leste. Nesta época, foi lá duas vezes e saiu sempre vitorioso. Contudo, o jogo frente ao Spartak foi mais saboroso, não só por ter confirmado a passagem dos “dragões” às meias-finais da Liga Europa, mas também pelo resultado obtido: mais uma vez, os portistas golearam os moscovitas e outra vez com cinco golos. Soa ainda com mais impacto, quando se relembra que, em dois jogos, o FC Porto marcou dez golos ao Spartak.

Do jogo diante dos russos, há apenas a lamentar o segundo golo sofrido, que impediu a repetição do resultado da primeira mão, e a lesão de Fucile. De resto, os jogadores de André Villas-Boas só trazem alegrias da Rússia. Já mais habituados ao sintético do Luzhniki, os “azuis-e-brancos” abriram o marcador aos 27 minutos, numa “cavalgada” de Hulk e fecharam a primeira parte com um golo do ontem titular, Crístian Rodríguez. O segundo tempo permitiu ainda a Guarín (sempre ele), Falcao e Rúben Micael fazerem o “gosto ao pé”, com Dzyuba e Ari a marcarem pelo meio para o Spartak. Segue-se o Villarreal, a 28 de Abril.

Sp. Braga 0 – 0 Dínamo Kiev (Total: 1 – 1)

Paciência, foi aquilo que os jogadores do Braga precisaram de ter para eliminar os ucranianos do Dínamo. Não é só do estado de espírito que se fala, mas também de Domingos Paciência, o treinador dos arsenalistas. Foi dele que partiu a decisão de, ao ver a sua defesa desfalcada na antecâmara do jogo, colocar a lateral-direito o atacante Paulo César. Com o que o técnico não contava era que, aos 25 minutos da primeira parte, a sua aposta fosse expulsa devido a uma entrada violenta sobre o adversário. Aí, deu ordem a Salino para ocupar o lugar vago e resultou.

Como os jogadores do Braga sabiam que, se os ucranianos queriam passar às “meias”, eram obrigados a marcar, depois da expulsão, solidarizaram-se ao correr o dobro do que tinham feito até ali. Com o intervalo, entrou outra vez em acção Paciência, o treinador. Só pode ter sido isso, porque a exibição que os bracarenses apresentaram no segundo tempo teve o seu segredo no nível anímico. Com menos um jogador, o Braga foi melhor que o Dínamo, esteve mais perto do golo, por Lima, e eliminou os de Kiev com justiça.

PSV 2 – 2 Benfica (Total: 3 – 6)

Com os 4 – 1 da primeira mão, o Benfica entrava no estádio Philips tranquilo e com a passagem quase garantida. Mas não foi bem isso que pareceu. Apesar de ter entrado bem no jogo, com duas oportunidades de golo, aos 16 minutos os “encarnados” levaram um susto: 1 – 0 para o PSV, por Dzsudzsák. Se o primeiro golo dos holandeses foi um susto, passados menos de dez minutos veio um choque: 2 – 0, por Lens. O PSV só precisava de mais um golo para eliminar o Benfica.

No entanto, deve ter sido por causa do tal choque, que os jogadores de Jorge Jesus acordaram. Na melhor altura possível, em cima do intervalo, as “águias” atiraram um balde gelado para cima dos holandeses, através de um grande golo de Luisão. Com essa tranquilidade, o Benfica enfrentou a segunda parte confiante e, aos 63 minutos, deu a “machadada” final nas esperanças dos de Eindhoven. Cardozo, de penálti, guardou no “bolso” o bilhete de viagem para…Portugal, onde o Benfica vai disputar as meias-finais, diante do conhecido Sp. Braga.