“In Media Res” conta o efeito do tempo na obra de Júlio Resende. A exposição não é apenas mais uma mostra da obra do artista mas sim, de acordo com o próprio, “uma exposição única em Portugal”. A Baganha Galeria (antiga Cor Espontânea), no Porto, foi o espaço escolhido para acolher a recriação das últimas duas décadas da obra do artista plástico portuense.

Em declarações à Agência Lusa, o pintor garante que esta mostra é diferente das anteriores porque recolhe as memórias do passado e dá-lhe uma nova apresentação. “Com certeza que não farei mais exposições com este garbo, mas as que já fiz podem falar de mim o que quiserem”, afirma Júlio Resende.

As obras de “In Media Res”, patentes até dia 21 de Maio, são um “espevitar da atenção” de coisas que custam relembrar. “O que conta é a impressão, aquilo que nos magoou de certa maneira, porque não há prazer que não magoe”, reconhece Júlio Resende.

O artista, diplomado pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, completa 94 anos em Outubro deste ano e acredita que o tempo vai “dizendo coisas”. “Quando um artista vê uma coisa, ela penetra em si”, confessa. “Podem passar os tempos, mas aquilo que acontece é que a evocação se torna mais eloquente, mais forte do que propriamente o momento em que a viu”.

Nas 16 obras apresentadas, o pintor faz co-habitar as várias fases que teve num mesmo período de forma a criar relações entre elas, na busca por um todo.