A maioria dos 140 comerciantes do Mercado Bom Sucesso concluiu as negociações com a Mercado Urbano, subsidiária da bracarense Eusébios & Filhos, SA, que venceu o concurso público para reabilitar o espaço. O Mercado vai, assim, ser abandonado por vários trabalhadores que não encontraram outra opção senão aceitar a proposta.

Paula Sequeiros, membro do grupo criador do site “Mercado do Bom Sucesso Vivo!“, explicou ao JPN que os trabalhadores aceitaram as propostas por falta de alternativas. “Os valores avançados pela Eusébios foram impostos às comerciantes como sendo não negociáveis”, esclarece, o que significa que, caso os comerciantes não aceitassem o montante proposto, a empresa “recusava-se a pagar qualquer outro valor”.

Grande parte dos trabalhadores do Bom Sucesso são mulheres já numa idade avançada e entenderam “não ter força para fazer frente a uma grande empresa”, afirma a investigadora de Sociologia e bibliotecária que encabeça o “Movimento Bom Sucesso Vivo!”.

Paula recorda, ainda, que há alguns anos os comerciantes trocaram “os contratos então existentes de arrendamento dos espaços por contratos de uso de superfície”, não entendendo as repercurssões legais que isso poderia ter. Agora, numa situação débil e imprevisível, os trabalhadores aceitaram o montante apresentado que em algumas situações, conta Paula Sequeiros, “chega a ser inferior à facturação de um mês”.

O movimento não consegue dar uma estimativa de quantos vendedores já assinaram os acordos para saírem, mas garante que primeiro “foram chamados os que estavam há mais tempo no Mercado”, seguindo-se os restantes. O contrato previa que a empresa gastasse até dois milhões de euros a negociar as saídas dos comerciantes, deduzindo depois o valor gasto nas rendas fixas a pagar à câmara.