A depressão afecta as suas vítimas de diferentes formas. Pode começar com uma pequena tristeza e passar a um mal-estar, baixa auto-estima e confiança, diminuição da concentração, da memória, aumento do choro, podendo mesmo levar a um aumento ou diminuição do apetite e do sono.

Apesar de ser uma doença do foro mental, num dos seus estados, a vítima pode sentir dor física, impossibilitando várias rotinas. O tratamento, como afirma Lídia Águeda da Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares, “será sempre pluridisciplinar, ou seja, não podemos esquecer que há mesmo um sofrimento e uma dor”.

João Palha, membro da associação Encontrar-se, concorda. “Devemos tratar a depressão nas várias áreas e nos vários problemas que a originam, daí a importância de um bom diagnóstico. Tem que ser um tratamento bio-psico-social, a parte da biologia dos fármacos, da psicologia e a parte social”, reforça o médico psiquiatra.

Se a depressão tiver uma causa endógena, isto é, exterior ao meio ambiente que rodeia o doente, a medicação é muito importante numa primeira fase. “Se a vida da pessoa está óptima e começa a deprimir, a utilidade dos fármacos é muito mais importante do que uma intervenção psico-social, porque a causa é endógena”, explica o psiquiatra.

Medicinas Alternativa passam de mito a prática comum

Uma boa higiene mental e um estilo de vida saudáveis são o primeiro passo para prevenir situações de depressão reactiva. João Palha diz que “temos que fazer as pessoas verem que a vida é mais do que um emprego”. Quando a pessoa tem um bom apoio social e familiar por detrás, a depressão tende a solucionar-se mais rapidamente. “Uma pessoa bem inserida na sua família e na sociedade, com um bom grupo de amigos, que faz desporto e tem hobbies é uma pessoa que mais facilmente resiste a uma ruptura momentânea, do que uma pessoa que simplesmente dedica a sua vida ao trabalho”, explica o psicólogo da “Encontrar-se“.

Enquanto médico, João Palha não possui qualquer tipo de preconceito relativamente às medicinas alternativas, uma área que tem revelado alguns avanços em Portugal e internacionalmente.

O médico psiquiatra ressalva um aspecto que é necessário ter em conta quando se fala de tratamento a doenças. O efeito “Placebo”, em que um fármaco ou um determinado tratamento apresenta efeitos terapêuticos devido à confiança do paciente nesse tipo de tratamento. “Se uma pessoa acredita que uma medicina alternativa poderá fazer bem, esta poderá fazer bem por si só”, explica João Palha. E, como já verificou várias vezes durante o seu percurso profissional, “as medicinas alternativas e os fármacos têm sucesso por isso mesmo”.

Relacionada com a ansiedade, os efeitos da depressão podem ser minorados com actividades de relaxamento como a acupuntura, relaxamento e massagens terapêuticas.