Por mais que custe aos patriotas que apenas desejam ver as equipas portuguesas ter um bom desempenho nas provas europeias, chegou a hora da decisão: ou Braga, ou Benfica. Na meia-final da Liga Europa que envolve as duas equipas, uma vai ter que passar, a outra vai ter que ser eliminada. Lutar contra Portugal vai ser a obrigação de cada um dos clubes que, como é óbvio, lutam pelos seus interesses particulares.

Já o interesse dos patriotas era o de que todas as equipas nacionais vencessem a Liga Europa, mas já se sabia que a determinada altura esta situação ia acontecer. A culpa não é dos patriotas. A “culpa” é dos conjuntos portugueses em prova, que têm tido performances de grande nível, o que os faz ocupar três das quatro vagas existentes nesta altura da competição. Se são três as equipas e já se falou em duas, falta abordar o FC Porto. No caso dos “dragões”, os amantes do futebol nacional não vão ter de se dividir e a missão é clara: derrotar os espanhóis do Villarreal. Nem que seja só para garantir uma final 100% portuguesa.

Benfica – Sp. Braga (20h05)

O Estádio da Luz vai receber um daqueles jogos que faz qualquer adepto do futebol nacional ficar com “pele de galinha”. Sabe-se que a partida vai opor duas equipas que se conhecem bem e que já jogaram entre si diversas vezes, mas um ambiente diferente vai pairar sobre o estádio da 2ª Circular: o ambiente europeu. Já não se trata da liga portuguesa de futebol e, com as equipas a lutarem por um ceptro maior, os holofotes do velho continente vão estar virados para Lisboa.

Com a conquista da Taça da Liga ainda fresca na memória, o Benfica parte para o jogo diante dos bracarenses com a equipa motivada. Por vezes, até na saúde física a motivação ajuda, e parece ser esse o caso de César Peixoto, Carlos Martins e Gaitán, prováveis convocados para a partida desta quinta-feira, depois de ultrapassarem lesões. Na história, o Benfica tem de positivo os resultados, uma vez que não perde para a UEFA há seis jogos. De negativo, tem o facto de ter sofrido sempre golos nas três partidas que fez na Luz e, como se sabe, numa eliminatória a duas mãos, os golos sofridos em casa assumem grande preponderância.

Trata-se de um dado a ter em conta pelo Sp. Braga. Marcar em Lisboa pode ser um trunfo precioso nas contas finais mas, a olhar para o registo recente dos bracarenses na Luz, parece algo mais árduo de alcançar. Nas duas vezes que visitou o “ninho” das “águias”, esta época (Liga e Taça de Portugal), averbou duas derrotas sem ter marcado qualquer golo. A este factor, acresce o facto de os arsenalistas já não festejarem um tento de um dos seus jogadores desde os oitavos-de-final (Alan, de penálti). Depois disso o Braga já marcou, mas foi Vukojevic (Dínamo Kiev), na primeira mão da última eliminatória, que introduziu a bola nas suas próprias redes. Para o confronto luso, Domingos Paciência apenas não conta com o castigado Paulo César.

FC Porto – Villarreal (20h05)

Apelidam-no de “jogo de Champions”. Na verdade, têm motivos para isso. FC Porto e Villarreal estão habituados às andanças da Liga dos Campeões e aos grandes resultados nessa competição. Exemplos disso mesmo, são a conquista do troféu pelos portistas, em 2004, e a chegada dos espanhóis à meia-final da prova, em 2006. Algo que reforça ainda mais o estatuto destas duas equipas ibéricas, é o facto de se tratarem dos conjuntos mais concretizadores da edição presente da Liga Europa. Os portistas lideram, com 29 golos, marca apenas perseguida pelo Villarreal, que já marcou por 23 vezes.

Do lado dos “dragões” mora mais um “primeiro lugar”, nesta temporada: Radamel Falcao, ponta-de-lança do FC Porto, é o melhor marcador da Liga Europa, com 11 tentos concretizados. É com ele e mais dez de início, que André Villas-Boas espera contar para “afundar” o “submarino amarelo”. As recentes boas recordações das equipas espanholas (Atlético de Madrid e Sevilha) dão ânimo aos “azuis-e-brancos”, que vêem os “ex-lesionados” Helton e Guarín regressarem aos convocados, para darem o seu contributo ao objectivo portista.

Se Falcão é o melhor marcador da prova, Giuseppe Rossi, avançado do Villarreal, é o segundo melhor, com apenas menos um golo (10) do que o colombiano. Desta forma, Rossi é uma das principais ameaças do conjunto orientado por Juan Carlos Garrido. A ele, junta-se o brasileiro Nilmar, com metade dos golos, para formar uma dupla de ataque temível. O quarto lugar no campeonato espanhol, apenas atrás de Valência e dos dois gigantes, Real Madrid e Barcelona, atestam a qualidade e nível competitivo deste clube que equipa de amarelo, mas que parece nada temer.