João Martins, principal responsável pelo projecto Despesa Pública, lançado a 25 de Abril, afirma que o site estava num servidor partilhado e que, quando começou a ser noticiado, o servidor “não aguentou” o número elevado de visitas. Desta forma, a empresa que alojava o site suspendeu-o, tendo a conta sido novamente activada pouco tempo depois.

Neste momento, a equipa responsável pelo site está a trabalhar na resolução do problema. João Martins informa que já está montado outro servidor com “mais recursos” e que se estão, agora, a realizar testes para garantir que o problema não volta a acontecer. Se tudo correr como planeado, o site deverá estar novamente disponível até ao final desta quinta-feira.

A ideia de criar um site que disponibilizasse todos os contratos por ajuste directo que estão a ser feitos diariamente por entidades públicas surgiu há quase um ano. A ideia era, então, perceber onde o Estado estava a gastar, tendo o “máximo de informação possível” e fazendo o “cruzamento dessa informação”. João Martins decidiu centrar-se no “acesso a informação concreta”. Neste caso, seriam os ajustes directos, onde a “transparência nem sempre é tão grande como nos contratos públicos”.

Para além disso, o principal responsável pelo projecto tinha conhecimento de uma empresa que tinha sido, recentemente, criada e que tinha obtido um ajuste directo para a construção do site de uma instituição. Assim, teve a “curiosidade” de saber quantas empresas tinham sido acabadas de criar e possuiam ajustes directos, o que “não deveria ser muito comum”, na opinião de João Martins.

O site pretende ser uma forma de ter os dados “mais facilmente acessíveis para todas as pessoas”. Ou seja, o objectivo é “contribuir para a transparência” e, nesse sentido, ser também um primeiro passo para um “combate à corrupção”, combate que João Martins considera que só é verdadeiramente possível de ser feito pelas autoridades. Na opinião do responsável, o objectivo sempre foi “muito modesto” e, por isso, João Martins confessa que “não estava à espera” de ter tanta curiosidade à sua volta.

Foi recentemente noticiado que o site divulgava contratos do Estado a empresas inexistentes. João Martins afirma que a intenção não é ter “um site sensacionalista”, nem “levantar suspeitas contra ninguém”. O responsável pelo projecto lembra que a informação que se encontra no site pode ter erros e que, portanto, é necessário investigar e validar essa informação.