Ser o primeiro jogo português para a PlayStation 3 (PS3) parece uma missão quase impossível. “Under Siege”, produto da empresa de videojogos Seed Studios, era o feliz contemplado que se preparava para ter esse privilégio, mas esbarrou em mais uma contrariedade que voltou a impedir o seu lançamento.
O jogo, apenas disponível para compra e respectivo download através do serviço online da consola da Sony, a PlayStation Network (PSN), estava preparado para ser lançado a 27 de Abril. No entanto, quis o “destino” e um hacker impedir que isso acontecesse. A invasão ilegal do sistema pelo intruso levou a Sony a desligar, desde 20 de Abril, todo o serviço online que incluía a possibilidade de compra de jogos. Desta forma, o “Under Siege” vê, mais uma vez, a sua saída adiada.
Filipe Pina, produtor da Seed Studios e um dos principais impulsionadores do videojogo de estratégia e de fantasia, quase parece “obrigado” a mudar de estratégia para que o título fique disponível para o público. No entanto, em declarações ao JPN, o produtor continua a ver apenas aspectos positivos na comercialização online do jogo. “Ao adquirir o jogo online, o preço final para o consumidor é muito inferior ao de caixa. A percentagem de vendas para o produtor é também bastante maior do que para o mercado de retalho”, realça Filipe Pina.
No meio deste percalço momentâneo na história da PlayStation, Filipe Pina ainda encontra outro argumento que valoriza o serviço em rede. “Uma cópia digital não se estraga como um DVD ou Blu-ray, pois podemos fazer download do jogo quantas vezes quisermos”, relembra. O motivo que esteve por detrás do último adiamento de “Under Siege”, teve a ver com a ida do jogo para o departamento de controlo de qualidade da Sony. Questionado pelo JPN sobre se, desde então até agora, o título teria sofrido algumas alterações, o produtor revelou que aquele “melhorou significativamente (…), desde o motor gráfico ao código de rede, para garantir que a experiência de jogo é a melhor possível.”
Agora, aos fãs, resta esperar que a empresa japonesa solucione o caso de intrusão e restabeleça a PSN, para que as actividades em rede de todos os aficionados da consola também sejam retomadas. Filipe Pina reconhece o mesmo e diz que “o jogo será lançado quando a PS Store voltar a estar online”.
Apenas um hacker para 70 milhões de contas
Para haver precisão, o número é 77 milhões. Esta foi a quantidade de contas registadas nos serviços em rede da PlayStation, que viram a sua ligação online à consola impedida. Isto porque a Sony, depois de ter detectado um intruso dentro do sistema, decidiu desligar a linha de ligação entre jogadores PS3 de todo o mundo.
O departamento de entretenimento da Sony explica, no seu blogue oficial, que o hacker pode ter conseguido acesso a dados privados dos utilizadores, tais como nome, endereço, palavras-passe e, mais grave ainda, a dados de cartões de crédito que alguns jogadores possam ter usado durante as suas actividades na rede da conta.
A empresa nipónica contratou uma firma especializada na área da segurança, para detectar todos os pormenores da pirataria e está a trabalhar para que, na próxima semana, o serviço esteja restaurado, apesar de nada prometer. A Sony aconselha os seus clientes a modificarem todas as palavras-passe e assegura que está a mudar o local das suas infra-estruturas de informação para um local mais seguro, para que, no futuro, tal situação não volte a suceder.