Alugar uma casa, para além de dispensar contrair um empréstimo junto da banca, tem muitas outras vantagens. Inês Sampaio diz que uma das grandes mais-valias do aluguer é não ter o “compromisso de ter que ficar com a casa”. Qualquer problema que o imóvel possa ter não é a pessoa que está a alugar a casa que tem que arcar com as despesas.

Domingos Silva diz que “as zonas mais concorrenciais, como o centro da cidade, e zonas conexas com estas ou equivalentes a estas” já começam a ser muito procuradas para arrendamento.

Há uma grande procura de imóveis para alugar na zona da Boavista, essencialmente de T2, “devido aos pólos universitários e ao facto de existir a Casa da Música, que é um catalizador da zona”, refere. A zona do Hospital de São João também é mais propícia à procura de T1, T2, essencialmente por parte de estrangeiros, uma vez que “têm ali o pólo universitário, os hospitais e os pólos de investigação com grande incremento”.

O agente imobiliário considera normal as pessoas olharem para “o futuro de outra forma”, até porque, nos dias que correm, não há “empregos para a vida” e esta é outra das questões que se colocam.

“Um jovem que hoje pretende casar, que pretende sair de casa dos pais e adquirir um imóvel, tem que pensar duas vezes, porque amanhã, no caso de ser do Porto, pode ter que ir trabalhar para Lisboa”, refere Ana Passos, coordenadora do Gabinete de Sobreendividamento da Deco. A mobilidade e a incerteza quanto ao futuro e aos rendimentos que a pessoa vai conseguir ter quando termina a faculdade são factores a ter em conta quando se pensa em ter uma casa própria.

Domingos Silva acrescenta que existe um negócio que está a “crescer indexamente” ao mercado do arrendamento. “À medida que aumenta a propensão para as pessoas comprarem casa, começa a aparecer uma fatia de negócios e de investidores que as querem comprar para arrendar, para fazer valorizar os capitais”, explica.