Cerca de 250 mil trabalhadores foram convocados para a greve da função pública desta sexta-feira. O Governo desvaloriza, no entanto, o movimento, apontando para uma adesão de 1,4%, enquanto a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP) defende que 60% dos trabalhadores reivindicam, uma vez mais, os seus direitos.

De hora a hora, os dados da adesão à greve são actualizados pelo ministério das Finanças que, às 12h00, anunciaram que, dos cerca de 400 mil trabalhadores, só cerca de 5 500 se juntaram à greve e, dos cerca de 10 500 serviços, só 27 encerraram.

Ao todo estão encerradas 19 escolas, quatro serviços do ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior fecharam, no ministério da Cultura dois e nos ministérios da Justiça e das Finanças só um serviço encerrou.

Em conferência de imprensa, a coordenadora da FNSFP, Ana Avoila, contraria os dados do Governo e revela que os serviços de urgência são os mais afectados. Nos principais hospitais de Lisboa (São Francisco Xavier, Santa Maria, São José e Dona Estefânia), a adesão é de 100%. Também no Amadora-Sintra, no Hospital Universitário de Coimbra e no Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM de Lisboa, a adesão tem sido total.

Para que seja assegurada a defesa dos Serviços Públicos e dos seus trabalhadores, os grevistas lutam por uma “mudança de rumo político para o país”, anuncia a FNSFP. A precariedade, os despedimentos, o congelamento salarial e o aumento dos impostos são as principais reinvindicações dos sindicatos, que apelam a serviços públicos de qualidade e a carreiras dignificadas. A FNSFP alerta, ainda, que, se nas eleições de 5 de Junho vier um novo Governo, seja PS ou PSD, “o que nos espera é mais do mesmo”.