Muita cerveja e muito rock n’roll definem a noite de quinta-feira no Queimódromo. Na noite SuperBock, em que a cerveja fica a metade do preço, a diversão e os excessos não tardaram em aparecer. E numa das noites mais movimentadas da semana de Queima, o recinto enche com milhares de pessoas das mais variadas idades. O motivo é sempre o mesmo de há uns anos para cá: o concerto dos Xutos e Pontapés.

Num espectáculo de duas horas, os Xutos cativaram e levaram o público ao delírio com as canções mais conhecidas, cantadas a plenos pulmões por uma enorme multidão que se foi juntando no recinto. Um concerto marcado por um novo alinhamento que, pela reacção que se fazia sentir por parte da assistência, parece ter resultado.

“Hoje foi a estreia deste alinhamento. O decorrer do espectáculo agradou e posso garantir que a banda estava toda satisfeita lá dentro”, confessou Zé Pedro. Em conferência de imprensa, o guitarrista da banda, destaca o esforço da banda para dar, todos os anos, um espectáculo diferente, tentando recriar um ambiente único.

E o que não faltou durante toda a noite foi entusiasmo. De miúdos a graúdos, os Xutos & Pontapés conseguem reunir o público mais variado da Queima das Fitas, estudantes e não- estudantes, avós, pais e filhos. Para Zé Pedro, “o envolvimento que a banda cria com o público é o mais importante”. “Hoje conseguimos isso muito bem, pois tentamos criar uma intensidade forte com a música para conseguir envolver as pessoas”, explica. Pessoas essas que fizeram ouvir as suas vozes, acompanhando a banda ao cantar músicas como “O Homem do Leme”, “Contentores” e “À minha maneira”, a música que mais excitação arrebatou do público.

E, num concerto recheado de energia e animação, o momento alto da noite foi quando os
Xutos afirmaram que a Queima do Porto é a melhor do país. “A Queima do Porto tem outro
carisma. É muita gente, as pessoas todos os anos estão cá dedicadas, e é fantástico tocar aqui”, revelaram.

Nos próximos anos espera-se a continuação da presença dos Xutos e Pontapés na Queima do
Porto, pois, para muitos, “Queima do Porto não é a mesma sem Xutos”,como afirma
Ricardo Pera, da Faculdade de Ciências. Já a disponibilidade da banda para continuar a tocar no Queimódromo é total. “Enquanto a Queima nos quiser, estaremos presentes”, garante a banda.

Os Golpes abrem a noite do rock

É sempre difícil ser o responsável pela abertura de um espectáculo onde os Xutos & Pontapés
são a figura da noite, mas Os Golpes conseguiram entusiasmar as pessoas que se começavam a juntar no Queimódromo para o grande concerto da noite.

Apesar de não serem uma banda muito conhecida, Os Golpes, juntos desde 2008, começam
a ter algum sucesso e afiguram-se no mundo musical com a sua principal música “Vá lá
Senhora”. Quanto à qualidade do concerto o público divide-se, destacando como principal
problema o facto de não conhecerem muito bem a banda.

Para Os Golpes, participar na Queima das Fitas do Porto é uma óptima oportunidade. “É
incrível ver aquela quantidade de pessoas… Acho que nunca tínhamos tocado para tanta
gente”, explica a banda.

Localização da Queima das Fitas

Nos últimos dias tem sido notícia a intenção da Câmara Municipal de Matosinhos (CMM) de impedir a realização da Queima das Fitas no Parque da Cidade. No entanto, o governador civil do Porto, Fernando Moreira, já garantiu que, “dada a importância deste evento”, existe a “necessidade” das câmaras municipais do Porto e Matosinhos “encontrarem uma plataforma de entendimento que salvaguarde a realização do evento”. “Só quem não quiser ver é que não compreende a importância da Queima das Fitas do Porto, que é a Queima das Fitas da Academia mais importante do país”, entende.

O problema do barulho excessivo, consequência do evento, dificulta uma solução. “Eu sei que a
solução se calhar não é fácil de encontrar, pois não é fácil encontrar um local que reúna condições de isolamento e, por outro lado, de centralidade que resolva este problema”.

A Federação Académica do Porto (FAP) também se pronunciou sobre este assunto através do seu presidente. Luís Rebelo reconhece que nenhum dos locais possíveis para a realização da Queima tem as condições que o Queimódromo proporciona, mas garante que manter a Queima das Fitas “no concelho do Porto é uma prioridade para a FAP”.