“Não é preciso entrar noutra dimensão para escrever obras literárias”, considera Pedro Chagas Freitas, escritor, poeta e especialista de ensino da escrita. Na sequência dos seus projectos, o Campeonato Nacional de Escrita Criativa e o Livro (em) Directo, Pedro Freitas avança com “Uma obra, mil autores”, um conceito que vai permitir criar um romance escrito a mil mãos. Contar uma história com mil ângulos diferentes é, para o escritor, “a riqueza do projecto”.

A primeira página já está escrita pelo autor e, a partir do próximo fim-de-semana, a obra começa a rodar por e-mail para os participantes. Até ao momento, um pouco mais de 400 pessoas estão inscritas, mas “já temos um número suficiente para arrancar”, avalia o escritor. São vários os países que já se aliaram à iniciativa, pelo que o livro “vai, praticamente, correr o Mundo inteiro”, revela. A cada inscrito está reservada uma página e o período máximo de dois dias para a escrever. Estima-se que sejam precisos cerca de seis anos para o romance terminar.

Desmistificar a ideia da escrita é um dos grandes propósitos de Pedro Freitas Chagas. O escritor acredita que, com este projecto,”as pessoas mais inibidas acabam por se libertar porque sentem que uma página é possível”, sendo para muitas “uma espécie de primeiro passo”. “São capazes de escrever hoje uma página e amanhã terem confiança para escrever muito mais”, salienta.

Pedro Freitas aconselha a “escreviver” e admite que escrever já se tornou no seu estilo de vida. “Não quer dizer que não goste de viver fora do acto da escrita”, ressalva. Não se considera caso único e esclarece que “todas as pessoas passam a vida a escrever, só que nem todas têm tempo para passar as letras para o papel”.

Para se inscrever no romance com mais autores do Mundo basta preencher o formulário e aguardar, via e-mail, que a obra chegue até si.