O novo mapa das transmissões televisivas em formato digital chega a partir desta quinta-feira à zona de Alenquer, que se despede assim do sinal analógico. As próximas localidades a aderirem à Televisão Digital Terrestre (TDT) serão o Cacém, a 16 de Junho, e Nazaré, a 13 de Outubro.

Pedro Silva, técnico de Estudos de Mercado da DECO, refere que esta primeira fase de teste se aplica a estas zonas piloto para “observar as adaptações necessárias que têm de ser feitas” e “tomar o pulso da situação”.

Após esta fase piloto, a mudança será generalizada a toda população portuguesa em três fases. A primeira, a 12 de Janeiro de 2012, e que abrange a faixa litoral do território continental; a segunda, a 22 de Março de 2012, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira; e uma terceira fase a 26 de Abril de 2012, que marca o corte analógico final em mais de 114 estações emissoras.

Perguntas frequentes

– A televisão é compatível?
Sim, se tiver sintonizador digital, do tipo DVB-T, e capacidade de descodificar sinais em MPEG4/H.264. Se não for compatível será preciso comprar uma caixa descodificadora em separado.
– É necessário comprar uma televisão nova?
Não. Para cada aparelho em casa sem sintonizador para descodificar sinais em MPEG4, é necessária uma caixa descodificadora compatível com a norma DVB-T e MPEG4/H.264.
– Quanto custa uma caixa descodificadora?
O preço de um receptor simples sem disco rígido para gravar programas varia entre os 50 e os 200 euros.

Quanto à cobertura que a TDT vai exercer em todo o país, apenas 13% do território nacional não irá ter a cobertura terrestre através das antenas tradicionais do sinal. Contudo, Pedro Silva sublinha que “para esses 13% está previsto que seja cedido o sinal televisivo para os quatro canais em regime livre”, através de uma antena parabólica com um descodificador específico, sendo comparticipados os custos de instalação.

Benefícios da mudança

Introduzida em 2009, a televisão digital veio disponibilizar um novo meio de registo, armazenamento e processamento mais eficaz que o formato analógico. Entre as principais vantagens que este novo formato apresenta destaca-se a qualidade de imagem e de som. Haverá também a possibilidade de gravar programas e aceder à grelha de programação de cada canal, através do Electronic Program Guide (EPG).

Pedro Silva refere que “as emissões analógicas eram pouco eficientes e usavam pouco espectro radioeléctrico”. Tendo uma utilidade muito grande em termos de serviços de comunicação, o espectro é um recurso “escasso” que estava a ser utilizado de forma “pouco eficiente”.

Quanto às desvantagens, o técnico de estudos de mercado da DECO destaca que poderão surgir, esporadicamente, problemas relacionados com o congelamento da imagem, no caso de o sinal de transmissão não ser muito forte.

Subsídios

O valor do subsídio para a aquisição de uma caixa descodificadora é atribuído pela PT Comunicações, uma única vez, por habitação, sendo essencial que esta não possua serviços de televisão paga.

Estes apoios estão direccionados para três grupos: cidadãos com necessidades especiais elegíveis, isto é, com grau de deficiência igual ou superior a 60%; beneficiários do rendimento social de inserção e reformados e pensionistas com rendimento inferior a 500 euros mensais. Pedro Silva destaca ainda que. para os dois primeiros grupos. está previsto, por parte da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), a “comparticipação em 50% do valor de aquisição” de uma caixa descodificadora.