Depois do 13 de Maio, vem o 14 de Maio. À primeira vista, parece um raciocínio lógico e pouco mais. Mas não é só isso: se o dia 13 é conhecido como um dia dedicado à religiosidade, o dia seguinte, por sua vez, vai ser “consagrado” a outras “crenças”: o futebol. A partir das 20h15 de sábado, as 16 equipas da Liga ZON Sagres defrontam-se entre si e preparam-se para concluir uma época de campeonato português. Por isso, as atenções vão estar viradas para outros “templos” que não o Santuário de Fátima.

Mas quem diria que estão prestes a completar-se 30 jornadas de competição nacional? Por certo, diriam-no os aficionados do futebol português que acompanharam todas as incidências da prova e que, este sábado, assistem à derradeira jornada. Contudo, aos mais desatentos, parecerá que foi “ontem” que André Villas-Boas se estreou na Liga com o casaco e a gravata do FC Porto. De certeza que, naquela altura, na Figueira da Foz (Naval 0 – 1 FC Porto), parecia muito mais novo e inexperiente do que hoje. Apesar de, por essa data, já ter uma Supertaça no currículo, estava longe do pensamento a conquista do campeonato, a chegada à final da Taça de Portugal e, sobretudo, a presença na final da Liga Europa.

Também nessa final tão desejada está o Sp. Braga. Depois de uma época notável em que terminou no segundo lugar da liga, sabia que tinha à sua espera a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Esse até foi o primeiro jogo oficial da época para o Braga (Sp. Braga 3 – 0 Celtic) e antecipava uma temporada brilhante para os “arsenalistas”. No entanto, não foi na maior prova europeia de clubes que a equipa de Domingos Paciência singrou, mas na seguinte: a Liga Europa. No campeonato, os resultados “tremeram” durante algum tempo, o plantel viu-se encurtado por lesões, mas agora a bonança reina e a permanência no terceiro lugar só depende dos minhotos.

Há trinta jornadas, também era difícil de acreditar que o proclamado “assustador” Benfica viesse a assustar pelas razões contrárias. Após uma época dominadora, foi a 15 de Agosto de 2010 que os “encarnados” começaram a Liga com o pé esquerdo: derrota na Luz, por 1 – 2, diante da Académica. Na jornada seguinte, a culpa não foi do “pé esquerdo”, mas das mãos de Roberto ou…da “falta” delas. O guarda-redes espanhol não tocou na bola, nos lances que deram os dois golos com que o Nacional derrotou o Benfica pela segunda vez consecutiva no campeonato. Outras derrotas seguiram-se e as “águias” viram o título fugir para os “dragões”, com quem perderam duas vezes na prova.

O Sporting foi uma equipa que pouco mudou desde o início da Liga. Com a soma dos empates e das derrotas a superar o número de vitórias, os “leões” mantiveram um registo negativo durante os 29 desafios até ao momento. José Peseiro e José Eduardo Bettencourt começaram no comando, mas não acabaram e, como é óbvio, a instabilidade nos cargos superiores aos dos jogadores não ajudou à famosa “tranquilidade” que se costuma apregoar por Alvalade. A melhoria em relação à temporada anterior é que o Sporting depende de si para chegar ao terceiro lugar.

Antes de sair de casa, fecha-se a porta

A última jornada da Liga ZON Sagres joga-se a quatro dias da final “portuguesa” da Liga Europa. Desta forma, antes de viajarem para Dublin, FC Porto e Sp. Braga “fecham” a questão do campeonato. Os portistas não têm muito a decidir, apenas a invencibilidade na competição, o que, pelo registo imaculado dos “dragões” até ao momento, tornou-se algo habitual. O Marítimo é a última equipa que pode tentar derrotar os campeões nacionais.

Por seu lado, o Sp. Braga ainda tem um objectivo importante por que lutar: o terceiro lugar. Com mais um ponto do que o Sporting, os bracarenses sabem que a vitória ou o empate sobre os “leões” (quartos classificados) garante essa posição que, além da presença na Liga Europa da próxima época, permitiria um início mais tardio da temporada. Aos sportinguistas só interessa a vitória, pois o quarto lugar tira prestígio a um dos “três grandes” e, apesar de dar a Liga Europa, obriga um início de época antecipado.

No que diz respeito ao Benfica, não há muito a dizer. No seu último jogo de 2010 / 2011, recebe o União de Leiria no Estádio da Luz e luta pela honra diante do seu público, que assistiu a um desempenho decepcionante na Liga. A Naval e o Portimonense entram para a última jornada com a certeza de que já desceram de divisão e Rio Ave, Paços de Ferreira e Nacional ainda disputam um lugar na Liga Europa.