Liga ZON Sagres: Os números

A 30.ª jornada marcou o fim do campeonato português desta época desportiva e, com isso, chegou a altura de fazer contas. Porém, não foram muitas as equipas a necessitar de o fazer, porque já quase tudo estava decidido.

O FC Porto, campeão há já algumas rondas, conseguiu, com a vitória por 2 – 0 frente ao Marítimo, terminar a liga sem qualquer derrota. Ao todo, foram 27 vitórias e apenas três empates. Desta forma, pode dizer-se que na Invicta mora o “Invicto”. Com isso, os portistas igualaram o feito do Benfica de 1972 / 73, comandado por Jimmy Hagan e, para além disso, instituíram um novo recorde de distância pontual para o segundo classificado: 21 pontos.

Esse segundo classificado, o Benfica, terminou o campeonato como começou: a desiludir os seus adeptos. A melhoria revelou-se apenas no resultado, já que se na primeira jornada perdeu com a Académica por 1 – 2, na última empatou o jogo diante da União de Leiria (3 – 3). O pior é que esteve a ganhar por 3 – 1. O empate acaba por se somar aos outros dois que os “encarnados” já tinham, o que até se torna um resultado positivo no palmarés das “águias” quando comparado com o número de derrotas: sete. Outro registo curioso é o de golos sofridos: 31, os mesmos do Sporting. Relembre-se que os rivais ficaram separados por 15 pontos.

Na verdade, quem não sofreu golos na 30.ª jornada foi o Sporting. Pelo contrário, marcou. Apenas um, mas que valeu por muitos, na medida em que foi suficiente para derrotar o Sp. Braga e reconquistar o terceiro lugar da tabela classificativa. O precioso golo permitiu aos “leões” encerrarrem a liga com um saldo positivo de dez golos, já que marcaram 41 e sofreram 31. Com tudo isto quem acabou por “sofrer” foi o Braga, que desceu do pódio para quarto, o que nem é o pior dos males, pois pode chegar na mesma à fase de grupos da Liga Europa.

No entanto, não foram só os minhotos de Braga que garantiram a participação em jogos da Uefa da próxima temporada. O Vitória de Guimarães já tinha “reservado” o lugar na Europa, quando garantiu a presença na final da Taça de Portugal, mas mesmo que assim não tivesse sido, o seu quinto lugar também lhe abriria as “portas” europeias. Quem também vai entrar por elas vai ser o Nacional da Madeira, que finalizou no sexto lugar da tabela. As outras equipas distribuíram-se pelos restantes dez lugares disponíveis, sendo que, nos dois últimos, Naval e Portimonense provam o sabor amargo da descida de divisão.

É fazer as contas

Um campeonato com 16 equipas permitiu que, em 30 jornadas, se disputassem 240 jogos, onde existiram 66 empates. Ao todo, foram marcados 584 golos na Liga ZON Sagres 2010 / 2011, com o FC Porto a ser o clube que mais contribuiu (73) e o Olhanense o que menos ajudou (24). Neste aspecto, Hulk, avançado portista, marcou quase tantos golos (23) como toda a equipa algarvia e sagrou-se o melhor marcador do campeonato. Nos outros lugares do pódio ficaram Falcao e João Tomás, ambos com 16 golos. Destaque para o facto de Hulk e Falcao, juntos (39 golos), terem contribuído para mais de metade dos tentos da equipa “azul-e-branca”.

O FC Porto também foi o conjunto que mais vitórias somou (27), o que lhe permitiu somar mais 21 pontos do que o segundo classificado e mais 61 do que o último, a Naval, que foi o clube menos vitorioso na liga (5 vitórias). Os “dragões” também foram os que perderam menos, isto é, nunca, enquanto Portimonense e Naval foram as equipas que mais derrotas averbaram (17). O Olhanense foi quem mais empates teve (13). No que diz respeito à melhor e pior defesa, outra vez o duelo FC Porto – Naval, com os portistas a levarem a melhor: 16 golos sofridos contra 51.

No capítulo disciplinar, o “amarelo” vai para o Olhanense, equipa que mais viu cartões dessa cor: 96. Um dos clubes que vai ser “expulso” da Liga ZON Sagres também foi aquele que mais cartões vermelhos viu: a Naval, com 7 vermelhos. Com menos amarelos, registo para o Beira-Mar (63) e sem vermelhos directos apenas a União de Leiria no feito. A título individual, Ney Santos (V. Setúbal) foi o mais “amarelado”, com 16 cartões e David Addy (Académica) o mais “avermelhado”: dois cartões. Por vezes, as faltas merecedoras de cartão são feitas dentro da grande-área e, nesse aspecto, o FC Porto foi quem de mais penáltis usufruiu (oito) e o Beira-Mar o que menos o fez, isto é, nunca teve uma grande penalidade a seu favor.

É com estes números que o campeonato português termina, sabendo que teve nessa nacionalidade o maior número de jogadores inscritos (188), seguido de perto pelos brasileiros (139). O terceiro lugar das nacionalidades vai para os argentinos, que olham de longe com 11 atletas.