O fundo do mar não tem de ser um universo desconhecido. Foi com este mote que dois biólogos marinhos, formados na Universidade do Algarve, decidiram fazer um mapeamento da biodiversidade marinha em recifes rochosos profundos, numa zona marítima do Sul do país. O projecto, coordenado pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR), foi distinguido pelo programa de atribuição de bolsas da National Geographic Society/Fundação Waitt.

Joana Boavida, uma das responsáveis pela investigação, sublinha que o projecto “Deep Reefs” permite “aumentar o conhecimento acerca daquilo que existe no fundo do mar”. A investigadora destaca que “as águas temperadas portuguesas são extremamente ricas em termos de peixe e vida ligada às rochas”. A investigadora considera que o projecto vai contribuir para “a preservação da biodiversidade” da fauna marinha portuguesa.

A bolsa obtida, no valor de 10 mil euros, vai servir para apoiar as actividades do projecto, sobretudo no suporte técnico ao mergulho científico entre os 30 e os 70 metros de profundidade e no desenvolvimento de estudos genéticos de corais da costa continental portuguesa. Joana Boavida conta ao JPN que o dinheiro vai ser investido no “trabalho de campo”, que exige um esforço de logística “grande e dispendioso.”

Depois da ideia inicial, os biólogos marinhos que iniciaram o projecto estabeleceram algumas parcerias. A investigação tem actualmente uma rede de 48 colaboradores a nível nacional e internacional, o que permite uma “cooperação que ajuda ao desenvolvimento do projecto”, refere Joana Boavida.

O projecto possui uma plataforma online onde os trabalhos de campo e alguns resultados podem ser acompanhados através de vídeos e fotografias. Em 2010, este projecto do CCMAR recebeu também um dos prémios InAqua – Fundo de Conservação, do Oceanário de Lisboa e National Geographic Channel.