Com vista a estabelecer objectivos ambientais a médio e longo prazo, a Fundação de Serralves assinou, esta segunda-feira, um protocolo de cooperação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, esteve presente na cerimónia de assinatura do pacto.

O principal objectivo deste protocolo é o registo de Serralves no Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria. Este instrumento da União Europeia, mais conhecido na sua versão inglesa por EMAS (Eco-Management and Audit Scheme), é de participação voluntária e dirige-se a todas as organizações que queiram avaliar e melhorar o seu desempenho ambiental.

Braga da Cruz, presidente do Conselho de Administração de Serralves, foi o primeiro a discursar na cerimónia de assinatura do protocolo, lembrando tudo o que tem sido feito na Fundação desde 2007, em prol do ambiente. O responsável máximo da instituição falou ainda das iniciativas de sensibilização e dos deveres ambientais que vão abranger colaboradores, funcionários e clientes.

“Deixo aqui expressa a nossa inteira disponibilidade para seguir o que nos for atribuído”, afirmou Braga da Cruz, referindo-se às obrigações legais do protocolo em relação ao ambiente.

“Crises económicas são oportunidades para resolver ineficiências”

Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, afirmou que a época de recessão que o país atravessa é o momento ideal para ajudar a reduzir, por exemplo, as emissões de dióxido de carbono (CO2) e, também, para poupar energia.

“Temos sinais de sustentabilidade energética. As emissões de CO2 têm baixado em Portugal”, referiu o representante do Governo. “O aumento do custo da electricidade [imposto pela troika] vai fazer com que as famílias poupem mais”, adiantou ainda Humberto Rosa.

O secretário de Estado do Ambiente deixou uma mensagem de apoio à Fundação, dizendo que acredita que “Serralves pode ter emissões zero e pode, até, ser produtor de energia porque tem todo o potencial”.

“Serralves compromete-se a fazer a sua certificação ambiental”

“Isto significa certificar o Museu, a Casa de Serralves e o Parque, de acordo com os procedimentos para já voluntários, mas que a Comissão Europeia recomenda”, disse Braga da Cruz, em declarações ao JPN. Após a assinatura do protocolo, todos os intervenientes directos ou indirectos da Fundação devem “submeter-se” às boas práticas ambientais impostas.

Em relação às principais mudanças em Serralves, o presidente do Conselho de Administração afirma que, “em primeiro lugar, vai mudar o comportamento das pessoas”. “Temos que fazer acções de sensibilização e formação para o pessoal da casa mas também para todos aqueles que nos visitam”, garante Braga da Cruz.