A temporada desportiva da equipa de futebol portista foi, no mínimo, prodigiosa. Após longos meses de competição e depois de todos os troféus conquistados, chegou a hora do descanso. Mas isso não significa que chegou a hora de pausar as distinções. Pode-se dizer que as “chuteiras” ficaram no balneário mas, “à civil”, o FC Porto também sabe jogar para ganhar.
Foi de camisa, gravata e blazer que a comitiva “azul-e-branca” granjeou a Medalha de Mérito Distrital, atribuída pelo Governo Civil do Porto. No exterior do edifício, já se notavam as movimentações do clube e da cerimónia. Nada ficou deixado ao acaso e até um ecrã foi colocado em frente da fachada, para que todos os interessados pudessem visualizar o que se ia passando lá dentro.
O primeiro a chegar foi André Villas-Boas, o timoneiro da equipa de futebol, recebido com o hino do clube e com muito entusiasmo do público. No entanto, a maior ovação estava guardada para o líder do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, que só chegaria passados alguns minutos.
A Pinto da Costa e André Villas-Boas juntaram-se personalidades como Reinaldo Teles, Antero Henrique ou Fernando Gomes. Todos juntos para presenciarem a entrega de mais uma distinção ao clube que tantos sucessos tem coleccionado. Este ano foram quatro, ao todo, e todos eles estiveram representados no Salão Nobre do Governo Civil do Porto: Supertaça, Taça da Liga ZON Sagres, Liga Europa e Taça de Portugal.
Não ficar a dever nada
A cerimónia começou com o Salão Nobre lotado mas silencioso. Isto porque foi feito um minuto de silêncio em memória de personalidades ligadas ao FC Porto que já faleceram. Muitas caras passaram pela tela de uma apresentação multimédia, de onde se destacou a de Pôncio Monteiro, a mais recente perda.
Depois do momento que fez baixar algumas cabeças, era hora de levantar ânimos e foi isso que aconteceu quando um trecho de poesia, em honra ao clube, foi declamado. De seguida, tomou a palavra Fernando Moreira, governador civil do Porto. No seu discurso, fez referência à justiça da “homenagem do distrito àquela que é (…) a sua instituição mais representativa”.
Depois de referir muitos dos êxitos dos “dragões”, Fernando Moreira concluiu com mais um argumento que acabaria por justificar, ainda mais, a distinção promovida pelo Governo Civil do Porto: “é o clube de futebol europeu com mais títulos conquistados desde a época 1974 / 75”. Os argumentos que foram sendo enunciados apenas contribuíam para fazer pairar nas mentes a falta de reconhecimento demonstrada pela Câmara do Porto.
No entanto, quando Fernando Moreira “passou o testemunho” a Pinto da Costa, a questão ficou esquecida pelo presidente portista: “com esta distinção, ninguém pode dizer, jamais, que a cidade deve ao FC Porto uma homenagem. Ela está aqui”, esclareceu. Com a presença de dois jovens a empunharem o estandarte que uniu a bandeira “azul-e-branca” à verde (as cores da cidade), Pinto da Costa aludiu à aposta na juventude para o futuro do clube.
Nos tempos de crise que o país atravessa, o líder portista lembrou a missão que o clube tem desenvolvido, sendo “a única alegria de muitas pessoas”. Pelas “vedetas dos próximos tempos do FC Porto” (as quatro taças), agradeceu a André Villas-Boas e a toda a restante comitiva. Não se esqueceu, também, de relembrar a memória daqueles que haviam passado na tela do Salão Nobre, dizendo que teve “oportunidade de trabalhar com quase todos”. Desde 1982 na frente do clube, Pinto da Costa recebeu a Medalha de Mérito Distrital, digna de um Porto de Honra.