Reforçar a aposta no desenvolvimento científico e tecnológico no domínio da investigação foram duas das razões que orientaram, esta segunda feira, na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a assinatura do acordo de financiamento com a Universidade do Porto (UP) para o projecto de construção e instalação da sede e laboratórios do I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde no Porto.

Fruto de um trabalho desenvolvido desde 2008, o I3S vai associar ao projecto três centros de investigação: o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e de Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), todos da Universidade do Porto. Juntos esperam contribuir com a criação de 105 novos empregos directos na área I&DI, afirmando Portugal a nível internacional no campo das ciências e da investigação.

O presidente da CCDR-N, Carlos Lage, destacou que o I3S envolve “inovação de alto nível”, que visa a “concretização dos objectivos preconizados na política nacional e regional” na área da ciência e tecnologia, bem como a “racionalização e partilha de serviços” entre os três institutos. Nesse sentido, refere que se pretende “integrar competências e tecnologias emergentes” em áreas como genética, neurociências, evolução molecular, medicina regenerativa, oncologia e biopatologia.

O director do IBMC, Claudio Sunkel, destaca que mais do que a “racionalização dos custos e da partilha de equipamentos”, o I3S pretende quebrar a antiga orientação individualista que algumas entidades científicas estavam a levar. Assim, a missão passa não por um “I3S fechado”, mas por um “I3S inclusivo”, que aspira a ser um pólo de desenvolvimento.

A construção da sede e laboratórios do I3S no Pólo Universitário da Asprela envolve um investimento total de 21,5 milhões de euros, sendo que 17, 2 milhões serão financiados pelo fundo comunitário inserido no Programa Operacional Regional do Norte, o “ON.2 – O Novo Norte”. Segundo o presidente da CCDR-N, as novas instalações, com conclusão prevista para 2014, vão acolher cerca de “280 doutorados e 250 bolseiros”, fazendo deste instituto um futuro “peso pesado da ciência e da investigação”.

I3S é uma “porta aberta para o crescimento da UP”

A nível interno, o I3S pretende criar um pólo de mobilidade para os investigadores da UP, algo que, para o reitor da UP, José Marques dos Santos, será um elemento “catalisador do processo de integração” do instituto no seio da universidade.

O reitor acredita que o I3S é “uma porta aberta para a integração e crescimento” da UP nas áreas da investigação e da “produção científica” e espera que o instituto conjugue não só o IBMC, o INEB e o IPATIMUP, mas também outras unidades que “queiram integrar-se e melhorar o aproveitamento das suas potencialidades”.

Quanto às expectativas futuras, Claudio Sunkel afirma que “todos estão empenhados” para iniciar esta nova jornada em que o mais importante é “seguir o caminho científico e manter a concentração nas linhas de investigação”.