“Distribuir equitativamente o investimento público pelo país” é uma prioridade do Bloco de Esquerda (BE). O candidato às legislativas pelo distrito do Porto, João Semedo, frisa que, no primeiro governo de José Sócrates, em 2005, “o investimento público no distrito do Porto era de 670 euros por habitante, e em 2011 é 38 euros” o que significa “menos 95% de investimento público”.
Na opinião de João Semedo, isto reflecte um “erro trágico” no investimento público e transparece que “há regiões preferidas e regiões desgraçadas”. Ainda em relação ao investimento público, no início do mandato de José Sócrates, o distrito do Porto representava 18% de todo o investimento do território nacional, quando, actualmente, representa apenas 3%. Neste sentido, o deputado do BE fala em “discriminação contra a região do Porto”.
Com pretensões de fazer uma “campanha barata”, o deputado do BE faz um apelo “à racionalidade do voto e à racionalidade do eleitorado”. Com uma comunicação directa, o partido pretende fazer comícios em todas as zonas, dispendendo mais tempo nas regiões onde têm deputados e prevêem um aumento de votação e de deputados.
O cabeça de lista do BE pelo Porto defende que a situação em o Governo colocou o país, tornou inevitável a entrada do FMI em Portugal. “De PEC em PEC, mais próximos iremos ficar do FMI”, refere o deputado, ao denunciar a incapacidade do Governo de “cortar no desperdício” e recorrer “a cortar nos direitos e necessidades das pessoas”. “Nós não vivemos num país cor-de-rosa. Vivemos num país com muitas dificuldades” e o Governo “atribui à Oposição o mau desempenho da economia”, protesta João Semedo.
“José Sócrates tem uma narrativa muito simples: estava tudo muito bem encaminhado, havia dinheiro para tudo e mais alguma coisa, tudo estava nas maiores das tranquilidades. Mas os malandros da Oposição fizeram cair o Governo e a crise política trouxe-nos a crise financeira, e a crise financeira trouxe-nos o FMI… isto é uma história”, entende o deputado, que apelida o primeiro-ministro de “contador de histórias”.