Durante três dias, algumas fotografias da obra “Porto Interior”, de Inês d’Orey, vão ocupar o rés-do-chão do edifício Maria Borges. A habitação, projectada pelo arquitecto Alfredo Lima, está desocupada e à venda.

A “Casa do Poema”, situada na Rua Pêro da Covilhã, em Nevogilde, é uma referência arquitectónica da década de 60, classificada como imóvel de valor e interesse patrimonial pelo município do Porto. A promotora da SPOT, Ana Campos Neto, que organiza a exposição, destaca “a arquitectura, a escadaria e os detalhes minimalistas” do edifício. Ana Campos Neto diz que este tipo de eventos são oportunidades para “dinamizar os espaços desocupados” e acrescenta que a promoção de actividades culturais em espaços diferentes permite “repensar a utilidade dos edifícios.”

Em entrevista ao JPN, Inês d’Orey sublinha a “oportunidade de expor num espaço emblemático da cidade” e diz que a exposição, embora pequena, “foi planeada para ter uma relação com o espaço.” A ideia da exposição é que as pessoas percorram o espaço, ao mesmo tempo que apreciam as fotografias. “É como ir vendo o Porto pela casa”, conclui.

A exposição da fotógrafa só pode ser vista até ao pôr-do-sol, o que Inês d’Orey justifica com o facto de a Casa Maria Borges “não ter água nem electricidade”. A mostra pode ser vista a partir desta sexta-feira e até domingo, das 15h00 às 20h00, com entrada livre. Na sexta-feira e no sábado, às 19h00, os alunos das oficinas de escrita teatral da ESMAE e da ESAP apresentam o espectáculo “Cenas de Interior”, com textos concebidos a partir da obra de Inês d’Orey.