Na carta aberta enviada pelo Es.Col.A (Espaço Colectivo Autogestionado) a Rui Rio, Wilson Faria, presidente da Junta de Freguesia de Santo Ildefonso, e Guilhermina Rego, vereadora do Conhecimento e Coesão Social, foi feito um convite a esta última para participar na assembleia do movimento, no Largo da Fontinha, a 13 de Junho.

No entanto, Guilhermina Rego respondeu dizendo que, por motivos de agenda, não poderia comparecer. Ainda assim, a vereadora convidou os voluntários do Es.Col.A para uma reunião, segunda-feira, na Câmara Municipal do Porto (CMP). Agora, os membros do movimento vão decidir, em mais uma assembleia, se vão ou não e, se forem, “quem vai e com que mandatos”, pode ler-se no blogue do grupo. Uma decisão, que dizem, só pode tomar-se “em colectivo”.

Em declarações ao JPN, Nuno Sérgio Carvalho, um dos voluntários do Es.Col.A, revelou que, se se decidir marcar presença na reunião com Guilhermina Rego, existirá disposição “para apresentar o projecto e reforçar as condições reivindicadas na carta aberta, que são o ‘desemparedamento’ da [antiga] escola [primária da Fontinha] e a realização de um contrato de comodato (autorização temporária de uso) entre a Câmara e alguns participantes do projecto”.

Este “volte-face” nas pretensões do colectivo do Es.Col.A, ou seja, o facto do movimento querer reunir com alguma personalidade política no Largo da Fontinha, em vez de ter de se descolar à CMP, tem uma justificação. “A visita deles ao Largo da Fontinha permitir-lhes-ia perceber o apoio da população e a dinâmica do projecto que, mesmo sem um espaço [físico] desde 10 de Maio, continua a funcionar”, afirma Nuno Sérgio.

“Ainda ontem houve uma festa do dia 1 de Junho, em que as crianças, depois de saírem da escola, estiveram no largo, num lanche, com pinturas, música, malabares do circo”, exemplifica o membro do Es.Col.A. “Se eles cá viessem, seria uma forma de perceberem que não é só retórica, que existe algo a acontecer”, alerta.

Apesar de tudo, o convite da vereadora é, na opinião de Nuno Sérgio, um sinal de “abertura à negociação” da parte das pessoas que estão na CMP, mas “o único”, até agora. “Daí até sabermos o desfecho disto, já não conseguimos saber”, conclui o voluntário do Es.Col.A.