José Leite Viegas, investigador em Sociologia Política, acredita que o dia da reflexão não é decisivo, “mas é importante em termos simbólicos”, porque reforça a ideia do voto ser “a consequência de um balanço individual, racional e ponderado”, não sendo um acto de exaltação momentânea. O dia da reflexão “estabelece uma pausa entre o período de turbulência da campanha e o momento de afirmação da vontade: o dia da votação”, explica.

António Guimarães considera o dia da reflexão “importante para os votantes”, mas ainda mais “para os indecisos” que, “estando livres do caos organizado pelas campanhas políticas, podem utilizar esse dia como um espaço onde, sem qualquer pressão, têm a possibilidade de tomar uma decisão esclarecida”, afirma. Para o advogado, o dia da reflexão é tido, essencialmente, como “um espaço de silêncio e instrospecção antes da entrada em votações”. Em poucas palavras, “um sossego”.

“O dia da reflexão não tem mais importância que outro dia qualquer”, considera José Miguel Costa. “Mais importante ainda, será a meia hora anterior ao voto. Parece que uma percentagem importante de eleitores apenas decide nessa altura”, diz. Dia de “praia, se estiver tempo para isso”, ou de festa. “É uma boa ideia aproveitar o dia da reflexão para dar um jantar em casa aos amigos e esclarecer dúvidas e comparar méritos”. “É o que vou fazer”, remata.

Ana Campos vê, no dia da reflexão, “o sossego de não ter que ouvir os debates na televisão” e acrescenta que “deviam implementar um mês de reflexão”. Não acredita no peso deste dia, uma vez que, muito antes das eleições, a maioria das pessoas já se decidiu. É “um descanso”, desabafa.