O Partido Social-Democrata (PSD) foi o grande vencedor destas eleições legislativas. Encerradas as urnas, todas as sondagens apontavam para uma vitória do PSD, situação que coloca Passos Coelho como primeiro-ministro.
Segundo a RTP, O PSD reunia entre 37 e 42% dos votos dos portugueses, contra os apenas 26 a 30%. Já a SIC não mudava muito nos resultados, adiantando 38,3 a 42,5% para o PSD e 25,5 a 29,7% para o PS. Na TVI, os números também não diferiam muito, com o PSD a acumular 37,7 a 42,5% dos votos e o PS a conseguir apenas entre 24,4 e 28,8%.
Os resultados, agora apurados na sua totalidade, garantem 38, 63% ao PSD e 28, 05% ao PS. O CDS-PP, que já se mostrou disponível para ajudar a formar um governo de maioria absoluta com o PSD, reuniu a preferência de 11,74% dos votantes. O Bloco de Esquerda foi um dos derrotados da noite, conseguindo apenas 5,19% dos votos, ultrapassado pela CDU, que acumulou 7,94% das preferências.
À luz de tais resultados, José Sócrates acabou mesmo por se demitir da liderança do PS. O ex-primeiro-ministro garante que sai “sem ressentimentos” e com o sentimento “de dever cumprido”, deixando os cumprimentos a Passos Coelho, “herdeiro” da governação de Portugal.
Por sua vez, Passos Coelho agradeceu as felicitações, mas garante que não é altura “para triunfalismos”, pois Portugal enfrenta “sérias dificuldades”. Num discurso pautado pela lembrança da situação financeira grave do país, Passos Coelho garante que “os resultados não aparecerão em dois dias”, mas que fará tudo o que estiver ao seu alcance para enfrentar as dificuldades “com coragem”. Para terminar, e antes de se ouvir, em sede de campanha, o hino de Portugal, Passos Coelho dedicou a vitória “aos jovens portugueses”.
Uma viragem à Direita
Parece certo que Portugal gozará de um governo de coligação durante o próximo mandato. Paulo Portas, no seu discurso sobre os resultados do sufrágio, assim o deu a entender, ao confirmar “a disposição do CDS para construir uma maioria para quatro anos” com o PSD. Já Passos Coelho também garantiu que “os portugueses terão um Governo de maioria liderado pelo PSD”.
O PSD elegeu, ao todo, 105 deputados, enquanto que o PS conseguiu 73 lugares na Assembleia da República. O PP terá 24 pessoas no Parlamento, a que se juntarão os 14 deputados eleitos pela CDU e os oito do Bloco de Esquerda.
A grande surpresa deste sufrágio coube ao Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), que, com poucos meses de existência, se tornou a 7.ª força política. Apesar dos mais de 57 mil votos angariados, ficou (por pouco) por terra o sonho de eleger um deputado.