O bodypainting é já uma arte antiga, mas só mais recentemente tem sido vista como tal. O processo criativo de um artista de bodypainting pode levar horas, mas o resultado final é uma pintura humana com uma combinação de cores que enchem de vida a pessoa que serviu de tela.
Um dos eventos que mais contribuiu para alterar a visão que as pessoas têm acerca desta arte foi o Festival Mundial de Bodypainting. Criado em 1998, a 14.ª edição de um evento que se tornou a maior referência de bodypainting a nível mundial, tanto para a cultura como para a própria comunidade, vai realizar-se este ano, entre 27 de Junho e 3 de Julho. E há muito mais do que pinturas no corpo para ver nesta semana do evento. O Festival Mundial de Bodypainting junta não só centenas de artistas e de modelos mas, também, música e dança, não esquecendo ainda os milhares que formam o público e que também fazem parte da pintura.
Alex Barendregt criou o evento mundial e é desde o início o organizador deste que é o primeiro festival do tipo. “Imagine-se um pintor que consegue criar uma imagem a partir de uma ideia cheia de cor, design e expressão e depois imagine-se, então, este artista a pedir a sua tela para cantar, dançar e gritar”. É assim que Barendregt explica o bodypainting, em entrevista ao JPN.
Público e participantes partilham espaço feito de tinta e som
E para poderem extravasar a criatividade, 200 equipas de artistas, vindas dos quatro cantos do Mundo, estão inscritas no Festival Mundial de Bodypainting de 2011. Alex Barendregt refere que o programa deste ano consiste “num grande espectáculo”, música, dança e a entrega do prémio ao novo campeão mundial em várias categorias. As cores vivas ganham ainda mais vida combinadas com as melodias que são música de fundo deste festival. Para Alex Barendregt existe uma ligação entre bodypainting, música e dança, pois “o bodypainting pode produzir-se por si próprio ou numa combinação de música e coreografia”. E esta “fusão das três artes é fascinante para o público presente no Festival Mundial de Bodypainting“.
Além de dinheiro e alguns produtos, o maior título é, “sem dúvida, o facto de ser o grande vencedor”, e para ganhar vai ser preciso um toque de “talento” e uma pincelada de “boa interpretação do tema” que é proposto.
O Festival Mundial de Bodypainting alcançou o sucesso com o tempo, chegando à Ásia, que também já tem a sua própria versão. O evento é atracção não só para a comunidade, mas também para quem visita o festival. Mas durante muitos anos, o facto de o bodypainting estar comummente associado a alguma nudez representou um entrave ao aceitamento social desta arte. “Quando comecei a promover esta forma de arte através do festival”, conta o organizador, “a sociedade via isso mais como algo sexual do que como uma forma de arte”. No entanto, Barendregt afirma que “nos últimos 15 anos, a visão das pessoas mudou muito” e “hoje, especialmente na Áustria”, país que recebe o festival, “o bodypainting é associado a uma arte”. Os tempos são outros e este ano são esperados 30 mil visitantes.
“Os artistas encontram sempre novas formas de interpretação, novas ideias com novos conceitos”, conta Alex Barendregt. E é isso que o organizador do Festival Mundial de Bodypainting espera ver no evento, que este ano se realiza em Pörtschach (até aqui a cidade de Seeboden, em Carinthia, que recebeu sempre o evento). “É um novo lugar, com um background muito artístico”, explica Barendregt.
Mais do que pintar o corpo, o bodypainting torna-se uma arte, cada vez mais respeitada, que transforma o corpo numa explosão visual feita da imaginação dos artistas, fazendo esquecer a forma do ser humano, dando lugar a uma figura que expressa e extravasa vida através das cores e dos movimentos que a tela humana manifesta. E todo este mundo colorido e ritmado pode ser visitado este Verão, na Áustria, no Festival Mundial de Bodypainting.