A edição 2011 do Circuito da Boavista, dividido em dois fins-de-semana, tem o “São João metido pelo meio”, nas palavras do presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Rio. Na apresentação do programa do evento, esta quarta-feira, no café Guarany, Rio salientou o interesse em fazer o circuito “integrado numa marca do Porto”, como o são as festas do São João, até porque o sector do Turismo é um dos grandes beneficiados com as provas automobilísticas.

“Apesar de a Câmara não nadar em dinheiro, cuidou de ter as suas finanças equilibradas”, explicou Rio, facto que permitiu a realização do Circuito da Boavista em tempo de crise. “O país e a cidade compreenderiam caso não se realizasse”, mas o autarca considera importante “alavancar a economia” com iniciativas promotoras da cidade do Porto.

Para Rui Rio, seria “inadmissível” que a Câmara Municipal do Porto não contribuísse para o orçamento da prova. “Não seria sensato pôr aqui dois ou três milhões de euros”, refere, daí que 700 mil euros é quanto a CMP conta investir num evento bianual que, de acordo com estudos citados por Manuel Monteiro, da organização, apresenta um “retorno mínimo de 32 milhões de euros”. O Turismo de Portugal, entidade que também apoia o Circuito, avança com 1,4 milhões de euros.

Uma avenida, um circuito e dois fins-de-semana

“Ao arranjar a Avenida da Boavista”, explica o autarca, o arquitecto apostou numa configuração que “permite melhorar, também, a pista”. Já depois de terminado o circuito, também a “Avenida da Boavista vai ficar melhor”, garantiu.

De 17 a 19 de Junho, os protagonistas serão os carros antigos, no Grande Prémio Histórico do Porto (GPHP), cujo programa conta com 18 corridas diferentes e mais de uma centena de automóveis com história. Mas nem só de veículos de quatro rodas se faz o GPHP. As motos clássicas também vão marcar presença. Logo na tarde de sexta-feira, 17 de Junho, está prevista uma mostra de motos clássicas, entre as quais a MV Augusta 500, que vai ser pilotada por Giacomo Agostini – o “Fangio das motos”, segundo Jorge Viegas, presidente da Federação de Motociclismo de Portugal. Será, ainda, montada uma tenda perto do Edifício Transparente para albergar a exposição “Motos Campeãs do Mundo”.

Já depois do São João, entre 1 e 3 de Julho, é tempo do World Touring Car Championship (WTCC), a contar para a sexta jornada do Mundial de Turismo 2011. O piloto português Tiago Monteiro vai correr pelas ruas do Circuito da Boavista, num programa que inclui a Taça de Portugal de Circuitos e, ainda, a demonstração de um veículo de Fórmula 1 com dois lugares.

Os bilhetes para o Circuito da Boavista estão à venda há cerca de um mês e, de acordo com Manuel Monteiro, da organização desportiva, foram vendidos 30 mil euros de ingressos logo nos primeiros seis dias. Entre 84 a 90% da venda de ingressos costuma ocorrer, segundo Monteiro, nos últimos seis dias antes do evento. O preço dos bilhetes para o Grande Prémio Histórico do Porto varia entre os cinco e os dois mil euros, com acesso às bancadas B e Camarote, respectivamente. Já para assistir às provas do WTCC, o custo de entrada oscila entre os dez e os 2.500 euros, com acesso ao Paddock e a Camarote, respectivamente. Para ambas as competições existem lugares de acesso gratuito, com lotação limitada.