O novo livro de Ana Cristina Pereira conta a estória de várias mulheres ligadas à produção, tráfico e consumo deste tipo de droga. “São 12 reportagens que representam vários percursos pelo mundo da cocaína”, como explica ao JPN a jornalista.
Para Ana Cristina Pereira não é fácil trabalhar estes temas “por causa do acesso às fontes: é preciso ter uma ligação ao terreno, que se vai adquirindo com o tempo. É preciso experiência”.
Depois de “Meninos de Ninguém“, que conta a estória de 18 jovens delinquentes, o novo livro de Ana Cristina Pereira, “Viagens Brancas”, percorre o mundo da cocaína, um “fenómeno que atravessa gerações e estratos sociais”, como garante a jornalista.
O livro “não é um manual”
Há 10 anos [1 de Junho de 2001] que a aquisição, consumo e posse de droga foram despenalizados em Portugal. “A cocaína é uma droga da actualidade, que está em expansão em Portugal e em toda a Europa e, por isso, faz todo o sentido [lançar livro]”, explica.
Ana Cristina Pereira não faz juízos de valor, “nem em relação às pessoas nem em relação à substância”. Mas a jornalista garante que há um encontro do leitor com as “respostas que existem em relação ao problema por parte de cada uma das pessoas representadas [no livro]”. Ao JPN, Ana Cristina Pereira diz que o livro “não é um manual, mas tem informação sobre a história da cocaína”, desde a colheita até à forma como o produto chega a Portugal.
Em relação a novos projectos, Ana Cristina Pereira assegura que quer aprofundar dois temas que aparecem nos dois livros “mas ainda é cedo para falar sobre isso”. “Viagens Brancas” é lançado no Porto, esta quarta-feira: primeiro no Centro de Respostas Integradas, pelas 18h00, e mais tarde, na Caso do Ló, depois das 22h00.