Há marcas que nos acompanham, ano após ano, e há mesmo aquelas que nunca se esquecem. Quem não se lembra dos cereais Chocapic ou das canetas Bic? Muitas delas intemporais que, em 2011, assinalam, em Portugal, um aniversário “redondo”.

Os queijinhos da “Vaca que Ri” comemoram 90 anos. Uma marca sobretudo reconhecida pelo seu ícone singular: a vaca vermelha que ri. “Pela sua alegria e boa disposição e pela forma como comunica com os seus consumidores e fãs”, Cátia Dias, representante da marca, confessa que esta mascote atractiva é um dos pilares da continuidade da marca nos mercados portugueses.

125 anos de Coca-Cola

A Coca-Cola foi servida, pela primeira vez, numa pequena farmácia de Atlanta, nos Estados Unidos, há 125 anos. Chegou a Portugal em 1976 e, hoje em dia, cada português bebe, em média, 24 litros de Coca-Cola por ano. A bebida é vendida em 206 países, excepto em Cuba, na Birmânia e na Coreia do Norte, por razões políticas. A sua receita continua a ser alvo de especulações, uma vez que nunca foi revelada por completo.

Dos queijinhos se passa para os cereais Chocapic e Estrelitas, da Nestlé, que, há 25 anos, são uma presença diária ao pequeno-almoço das crianças. “É obviamente um marco assinalável nos dias que correm e sinónimo da preferência dos nossos consumidores”, relata António Carvalho, representante da Nestlé Portugal, que considera ser “um orgulho e, acima de tudo, um desafio continuar a ser a escolha dos consumidores portugueses”. O sucesso da marca deve-se a uma “sólida estratégia de inovação e comunicação”, conclui.

Mas não ficamos por aqui. 2011 é um ano recheado de aniversários “redondos”. As canetas Bic, há 50 anos que fazem parte dos estojos dos portugueses, sendo uma das marcas de referência na área de material de escritório. Para a Panike são 25 anos de presença assídua em Portugal, onde, diariamente, os seus pastéis folhados enchem as vitrines dos cafés. Quando se olha para a despensa, há ainda uma marca que, há 60 anos, não sai das prateleiras: o detergente Sonasol.

Para Paula Cruz, docente da Escola de Marketing do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), as marcas aqui referidas podem apresentar “um valor simbólico
maior que o de uso” e, apesar de poderem ser substituídos por outros produtos que desempenham a mesma função, a verdade é que continuam a ser a primeira escolha dos consumidores. Um feito que a docente justifica como sendo resultado do trabalho de marcas que criam uma “relação com o imaginário do cliente, já que estão há muito tempo na vida das pessoas e estabeleceram com elas relações de confiança e intimidade”.