A quinta edição do Optimus Alive! ainda mal terminou e já se fazem planos para o próximo ano. Álvaro Covões, acompanhado de Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras e do representante da principal promotora do evento, aproveitou o final da actuação dos cabeças de cartaz Jane’s Addiction para garantir, a quem tivesse dúvidas, que o espectáculo vai continuar para o ano.

O chefe maior da Everything is New desvalorizou o incidente que ensombrou o terceiro dia do festival e que levou ao cancelamento de três espectáculos no palco principal, dizendo que “erros acontecem” e que, para a empresa, a “segurança está em primeiro lugar”. “Não estávamos confortáveis com o palco”, garante, explicando a decisão de recorrer a duas gruas para apoiar uma viga menos segura. Para Covões, “correu tudo praticamente bem” e, embora o objectivo dos 170 mil espectadores não tenha sido conseguido, não andaram muito longe disso. Passaram 160 mil pessoas pelo Optimus Alive!11.

Com o balanço feito, foi altura de assegurar a continuidade do evento, com a assinatura de um acordo com a Câmara Municipal de Oeiras, a assinar na próxima terça-feira, que garante que o evento continuará no local por mais cinco anos. Para além disso, o principal patrocinador também já garantiu que irá continuar a apostar no evento durante mais três anos.

Para já, no entanto, não há nenhum nome sonante confirmado, mas já se sabem as datas do próximo ano: 12, 13 e 14 de Julho.

Jane’s Addiction: Vinte anos depois é tempo demais

Soube a pouco. É este, talvez, o sentimento generalizado do quarto e último dia de Optimus Alive!11. Se, no terceiro dia, um problema técnico impediu a realização de três concertos, concentrando em duas actuações (30 Seconds to Mars e Chemical Brothers) a excitação da noite no que diz respeito ao palco principal, hoje os grandes momentos também poderiam ser apenas dois: Kaiser Chiefs e Paramore.

Os primeiros a subir ao palco principal foram os The White Lies, que, competentes, conseguiram captivar algum público para o pé do palco, guardando para último o maior êxito da banda: Bigger Than Us. Mas o palco só seria verdadeiramente inaugurado por Kaiser Chiefs, que chamaram ao palco Optimus milhares de pessoas, prontas para ouvir (e ver) Ricky Wilson, que não desapontou.

Entre corridas pelo recinto, brincadeiras com câmaras de filmar e pandeiretas e pausas para ir beber cerveja ao lado do palco, animação não faltou na actuação dos Kaiser Chiefs, já tão bem conhecidos e acarinhados pelo público português.

Seguir-se-ia Paramore, em estreia por palcos portugueses. A banda de Hayley Williams deu “show” e animou os milhares de jovens que parecem ter vindo de propósito para ver este concerto. As canções foram sempre acompanhadas pela multidão, que recebeu efusivamente as brincadeiras e energia da vocalista. O concerto terminaria com (mais) uma chuva de confettis.

Depois, Jane’s Addiction, os cabeça de cartaz que menos tempo tocaram (se descontarmos os problemas técnicos do dia de 30 Seconds to Mars) e que menos encantaram. Iguais a si próprios, a fórmula ensaiada desta banda norte-americana, em estreia em Portugal, parece ter vindo 20 anos mais tarde do que deveria. E, depois das actuações energéticas e imprevisíveis de Kaiser Chiefs e Paramore, o “circo” bem montado dos Jane’s não aqueceu nem arrefeceu os (poucos) festivaleiros presentes, que iam batendo palmas sem grande entusiasmo e um pouco por respeito aos deuses do antigo rock. Nada a apontar a Perry Ferrell, Dave Navarro e companhia, que estiveram incansáveis em palco, mas a teatralidade deste tipo de rock (com direito a bailarinas penduradas no palco por piercings e danças sexy em lingerie) já não parece arrastar multidões. Fraco final para um festival tão eclético e bem recheado. Há mais para o ano.