Sol, calor e boa disposição. Era este o ambiente vivido pelos festivaleiros que começaram a entrar no recinto do festival por volta das 18h00. O Marés Vivas foi tomada de assalto pelos mais jovens que rumaram até à praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, para o “maior festival do Norte do país”.

Pouco depois, os bracarenses Pitt Broken arrancaram os concertos da 9.ª edição do festival. Diogo Lima e companhia animaram os primeiros festivaleiros que começavam, timidamente, a juntar-se em frente ao Palco Moche.

Enquanto algumas dezenas de pessoas já se aglomeravam em frente às grades que iriam dar acesso ao palco principal, outros preferiam, na zona da alimentação, acumular energias para uma noite que se avizinhava longa.

Com o sol a pôr-se no horizonte, era a vez dos Anaquim subirem ao palco Moche. A banda de Coimbra encheu a tenda do palco secundário e fez toda a gente dançar ao som de temas como “A Vida dos Outros” (repetida no encore) ou “Tom Sawyer”. O vocalista José Rebola, apesar de lesionado, agradeceu a energia do público. “Já não me dói a perna, eu vejo-vos a saltar e salto com vocês”.

Uma noite de muito feeling

Já com a lua como pano de fundo, os brasileiros Natiruts foram os primeiros a subir ao Palco TMN. Cheia de energia, a banda contagiou tudo e todos com os sons quentes que trouxeram até Vila Nova de Gaia. Entre aplausos, batidas reggae e muitas mãos no ar, o vocalista Alexandre Carlo dá os parabéns à organização do festival porque “cultura é investimento”, mesmo em tempo de crise. Com o concerto a meio e o recinto bem composto, os braços voltaram a subir para “emanar boas energias” a pedido do vocalista. A boa vibe dos Natiruts aqueceu os festivaleiros e a noite que, à beira-rio, exigia um agasalho. Um concerto que não deixou ninguém parado e onde as coreografias se repetiam, apenas, nos sorrisos rasgados de todos os que se encontravam no recinto.

Avizinhava-se uma noite de muito feeling, apenas entrecortada pelo som mais “duro” da velha guarda do rock português, os Xutos & Pontapés. Quando Tim e companhia subiram ao palco, o recinto já estava praticamente lotado. Bem mais “pesados” do que os anteriores Natiruts e, certamente, desajustados relativamente a Manu Chao, a banda portuguesa soube dar espectáculo, num desfiar de sucessos que só acabou depois da uma da manhã. Pelo meio, ainda houve espaço para Zé Pedro voltar a agradecer o apoio que o público tem dado na sua recuperação.

Mas o recinto do Marés Vivas não recebeu 25 mil pessoas para ver Xutos & Pontapés. O francês mais internacional de sempre era, sem dúvida, a grande atracção da noite. Mal se ouviram os primeiros acordes da banda que acompanha Manu Chao, o público vibrou imediatamente. Ao longo da actuação, onde o punk e o reggae se confundiram numa mescla já bem conhecida do público português, houve espaço para tudo. O recinto foi pequeno para tantos grupos de dança formados ao acaso, tanto salto e tanta animação. Ao longo do concerto, desconhecidos tornam-se amigos e tudo é motivo de festa.

Quando Manu Chao toca, é a sério, por isso todo o concerto foi recheado de êxitos como “Me Gustas Tu” e “Clandestino”. Com uma setlist tão extensa, não há grande espaço para pausas e conversa com o público, mas Manu Chao não precisa disso: a sua música fala por si e o pó que se levanta é a resposta da multidão.

Quando Manu Chao se despediu do público, foi a vez dos mais resistentes se voltarem para o Palco Moche. A noite ainda era uma criança e os DJ’s Nuno Carneiro e João Dinis estavam prontos para agitarem os festivaleiros com as suas batidas energéticas.

Depois da primeira noite esgotada, as expectativas são elevadas. Esta noite sobem ao palco, entre outros, os portugueses Expensive Soul, os Skunk Anansie e o cabeça-de-cartaz, Moby.

Notícia actualizada às 09h31 de dia 15 de Julho