Um grupo de cerca de 20 pais de alunos que vão frequentar o 5.º ano resolveu juntar-se e custear as obras de reabilitação de um espaço da escola EB 2/3 Francisco Torrinha, no Porto. Desta forma, 56 crianças, sem vaga no referido estabelecimento de ensino, vão ser integradas na escola e formar duas novas turmas.

O processo foi acompanhado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), que deu o aval para que o projecto fosse concretizado, garante o director do agrupamento de escolas Francisco Torrinha, à Agência Lusa. Pedro Ferreira garante que a escola “disponibilizou o espaço” e coube à “Associação de Pais” dos alunos, provenientes de escolas privadas, custear as obras. Cada um dos pais desembolsou 600 euros.

Assim, estas 56 crianças, que não teriam vaga na escola (pois não frequentaram o 1.º ciclo no agrupamento), vão poder integrar o estabelecimento, como era desejo dos pais. As instalações sem utilidade foram, desta forma, transformadas em salas de Educação Visual e Tecnológica e a escola garante já ter condições para abrigar os alunos extra quando reabrir no próximo dia 12 de Setembro.

A Confederação Nacional das Associações de Pais entende que a medida tomada pelos pais foi um disparate e um “acto imprudente” tanto por parte dos mesmos como por parte de quem autorizou. Albino Almeida, da associação espera que o Estado tome medidas para garantir que mais nenhum grupo de pais com capacidade financeira faça o mesmo noutras escolas.

O projecto foi autorizado pela DREN com a condição de que não existissem custos para o Estado. Segundo uma fonte da DREN, citada pela Lusa, a abertura das duas turmas extra foi aprovada porque não estava em causa a “ampliação da escola”, mas o “reaproveitamento dos espaços” do estabelecimento.