Estar perto do Ground Zero em semana de “aniversário” dos dez anos do ataque terrorista não é só complicado, é praticamente impossível. Enquanto que o memorial de homenagem às vítimas apenas abre ao público na segunda-feira, são mais as pessoas que não podem entrar na área onde antes se encontravam as Torres Gémeas do que as que podem.

Jéssica de Sá, 26 anos, encontra-se neste momento em New Jersey, na área metropolitana de Nova Iorque. Segundo conta esta portuguesa, há uma mistura de sentimentos relativamente à proibição da presença “de polícias e bombeiros de Newark” nas cerimónias de recordação do acontecimento. Se uns estão tristes com a decisão, outros estão revoltados, pois, dizem, “também eles estiveram lá a tentar salvar alguém”.

Apesar de se multiplicarem “as missas em memória dos que perderam a vida”, o 11 de Setembro ainda consegue ser um assunto tabu para os nova-iorquinos. “Ninguém gosta de falar, ninguém gosta de recordar. Todos conheciam alguém que perdeu a vida nesse dia”, explica Jéssica de Sá. Por isso mesmo, é complicado “arrancar histórias”, pois “é algo que incomoda”. “Todos se recordam de ver, de viver os atentados”, acrescenta.

A 11 de Setembro de 2001 morreram 2996 pessoas. Seis eram luso-americanas.