Fundada em 1911, a Escola da Universidade do Porto, responsável pelo Ensino das Ciências Exatas e Naturais, hoje Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), celebra um século de vida. Foram várias as iniciativas pensadas para salientar aspetos da sua cultura e história, mas a exposição “Harold Edgerton – Fragmentos de Tempo” foi a escolhida.

Para dar a conhecer de forma simples a técnica usada por Edgerton, o diretor da FCUP explicou ao JPN que tudo se baseou numa lâmpada, que permitia observar “fenómenos com intervalos de tempo muito curtos”. No fundo, Edgerton descobriu uma técnica de captar ínfimos instantes de tempo, de modo a decompor o movimento ao mais pequeno pormenor. É “como se tudo estivesse parado naquele instante”, diz António Silva.

Formado em engenharia e fascinado pela fotografia, Harold Edgerton (1903-1990) nasceu em Freemont e durante toda a sua vida esteve ligado à academia. Estudou na Universidade do Nebraska e, mais tarde, no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Notabilizado como professor, investigador e académico, foi no MIT que o cientista começou a fazer as suas primeiras experiências com estroboscópios.

A exposição conta com 58 obras inéditas que simbolizam, acima de tudo, o “avanço científico” e o “interesse estético de Harold pela fotografia”. É possível ver obras como o “Vidro Blindado Quebrando-se“, onde se observa um vidro a estilhaçar-se por completo a uma velocidade de quase quilómetro e meio por segundo ou “Gussie Moran, Serviço de Ténis Multiflash“, no qual Harold captou cerca de 20 flashes por segundo. Tidas como mais conhecidas, a Coroa de Gotas de Leite, que demorou a Harold cerca de 25 anos até atingir a perfeição de uma gota a formar uma camada em forma de disco, e “A Bala atravessando uma Maçã“, uma fascinante imagem que nos mostra uma maçã a ser perfurada por uma bala, estão também patentes na Casa Andresen. Harold apresentava esta última como “uma forma de se fazer puré de maç㔝.

As fotografias de Edgerton podem ser encontradas em aclamadas coleções de arte, como é o caso da do Victoria & Albert Museum, e integraram as páginas de publicações, como a revista “Life”.

A Casa Andresen, recentemente remodelada, foi o lugar escolhido para celebrar este evento, já que, como explica António Silva, “é um dos sítios mais agradáveis da cidade do Porto para se observar uma exposição com vontade e prazer”.

A mostra, uma compilação inesperada, é gratuita e é visitável até 8 de janeiro de 2012, das 14h30 às 18h30.