Ao segundo dia, Lisboa voltou a (re)mexer com os mais de vinte concertos que só terminaram bem perto das duas da manhã. Mais uma vez, o “sobe e desce” apressado pela Avenida da Liberdade marcou o ritmo alucinante de uma noite que prometia grandes enchentes.

A festa começou na Sociedade de Geografia de Lisboa. O espaço serviu de pretexto para a atuação de Filho da Mãe, o nome artístico de Rui Carvalho, que encantou todos os que rumaram ao mítico espaço lisboeta para assistirem ao concerto em que a guitarra foi a protagonista. Com o tempo apertado, descemos até à Igreja de São Luís dos Franceses. Bem acomodados, deixámos que Old Jerusalem nos conduzam através de uma autêntica viagem musical.

Em passo apressado rumamos em direção ao metro dos Restauradores. Os doismileoito encheram o espaço e puseram toda a gente a cantar com o single “Quinta-Feira”. Com sons quentes e contagiantes foram muitos os que se renderam ao coletivo e que não ficaram com os “Pés Frios”.

Já pelo Tivoli, o espaço pareceu pequeno para receber Pedro Gonçalves e Tó Trips. Os Dead Combo trouxeram uma nova Lisboa. O novo álbum, “Lisboa Mulata”, serviu de pretexto para hipnotizar os festivaleiros ao som das guitarras.

O poder da pop e da eletrónica

Mais acima, no Terraço do Hotel Tivoli, não foram muitos os que receberam de braços abertos Warren Hildebrand, mais conhecido por Foxes In Fiction. Descalço e com meias brancas, o jovem canadiano deixou toda a gente à vontade com um concerto calmo mas bem conseguido.

Mas a esta altura já toda a gente pensava em Oh Land. A dinamarquesa subiu à Sala I do Cinema São Jorge em frente a uma plateia esgotadíssima desejosa de dançar. Quando lá chegámos fomos recebidos pelo poderoso “Sun Of A Gun”. A esta altura já ninguém estava sentado e todos estavam rendidos ao poder da dinamarquesa. Sempre simpática e impecavelmente sincronizada com a música, a bela Nanna Øland Fabricius agradeceu a hospitalidade portuguesa e garante que já é fã dos tão famosos pastéis de Belém.

Do Cinema São Jorge, passámos para o Cabaret Maxime. Os When Saints Go Machine encheram o espaço para um concerto constante e cheio de boas vibrações.

Batidas poderosas

A esta altura já todas as atenções estavam voltadas para o Tivoli. Com o espaço mais do que esgotado e com uma fila interminável à porta, James Blake foi o responsável pela enchente e pelo concerto da noite. Um espetáculo onde todos os sons ecoaram nas cabeças e nos corpos dos festivaleiros que não quiseram perder o regresso do britânico a território nacional. A música eletrónica e os graves contagiaram tudo e todos. Com temas como “Limit To Your Love”, “Unluck” ou “Wilhealm Scream” a plateia foi ao rubro num turbilhão de emoções e sentimentos. Já no final da atuação, James Blake interpretou a poderosa “A Case Of You”, um original de Joni Mitchell, e mostrou que tão cedo ninguém esquece este concerto.

Do outro lado da rua, Toro Y Moi já aqueciam plateia do Cinema São Jorge. Ainda que o contacto com o público tenha sido quase nulo, as batidas alegres e contagiantes da banda americana bastaram para que o público dançasse efusivamente ao longo de todo o espetáculo.

Pelo Cabaret Maxime era a vez do produtor Lindstrom encher a casa e pôr toda a gente a dançar. Os compassos eletrónicos encheram o espaço que foi pequeno para tanta gente. Com a noite a terminar, era chegada a altura de regressar ao metro dos Restauradores. Os Blood Red Shoes encheram a “sala” para um concerto onde a energia não parecia acabar. Ainda assim, só quem estava à frente conseguia vislumbrar o palco, o que nos faz pensar se no próximo ano este local “merece” ser mantido.

O Mexefest fechou em grande a primeira edição lisboeta mas volta em breve. Em março do próximo ano é a vez do Porto receber o evento que promete fazer mexer a Invicta.