O sonho da Escola de Magia começou quando João Miranda, diretor do Oporto Magic, começou a receber pedidos dos seus clientes para aprender a fazer magia. “Muitos clientes perguntavam ao João onde é que existia uma escola de magia”, explica Gonçalo Gil. O especialista em close-up, (magia de perto), juntou-se à aventura e hoje ambos são professores de uma escola de magia, única em Portugal.

O ano letivo começou a 12 de setembro e as turmas contam com estudantes vindos de várias partes do país. João Miranda, em entrevista ao JPN, diz que é “gratificante ter alunos que vêm desde Lisboa para aprender”. Mais gratificante é verificar que a escola conta com alunos desde os dez até aos 45 anos mas, como afirma Gonçalo Gil, “a melhor arte do mundo não escolhe idades”.

Novas inscrições para 2012

Estão abertas as inscrições para o ano de 2012. As inscrições para as aulas de Nível 1, que começam a 8 de janeiro e duram quatro meses, processam-se através do site da Escola de Magia do Porto. Os interessados devem preencher o formulário para se inscreverem na escola. As aulas acontecem às segundas-feiras e domingos.

Para a formação das turmas existe um critério mínimo de seleção. João Miranda explica que não são aceites alunos que apenas queiram aprender truques para revelar a outras pessoas. “Só aceitamos aqueles que querem progredir na arte e não aqueles que são meros curiosos”, revela o ilusionista.

Não foi fácil definir uma estrutura para as aulas, uma vez que “a área é tão vasta e há tanta coisa” a aprender. “O mais difícil foi selecionar a matéria que queríamos abordar nesta fase de iniciação”, conta Gonçalo Gil. As duas horas que compõem as aulas de ilusionismo dividem-se em dois tempos: primeiro, aborda-se “um princípio ou uma técnica” e, num segundo momento, “ensinam-se truques, usando esse mesmo princípio”.

O curso de magia encontra-se dividido em quatro módulos, como explica o mágico. “Truques com cartas, magia com objetos do dia-a-dia (que pode ser feita em qualquer lugar sem qualquer tipo de preparação), magia de palco e mentalismo” são as fases que constituem o nível 1, uma espécie de introdução ao mundo dos mágicos.

“Fazer magia é mais fácil do que ensinar”

Ensinar magia é um desafio, alerta João Miranda. “Nós sempre estivemos habituados a fazer magia e nunca a ensinar”, refere. Os dois mágicos já tiveram algumas experiências a nível de ensino, uma delas no Colégio Luso Internacional do Porto (CLIP), mas ambos concordam que “é mais fácil fazer magia do que ensinar”.

Na escola não se ensinam “truques ou segredos”. A teoria está sempre bem presente. A História da Magia é amplamente abordada para que “os alunos percebam a evolução que a arte foi tendo ao longo dos tempos”. É esta componente teórica que, conta Gonçalo Gil, “aliada à prática, faz a diferença e contribui para evolução dos alunos“.

Uma gala para avaliar o talento

Os alunos são avaliados através de uma gala, que vai decorrer nos próximos dias 16 e 20 de dezembro. Gonçalo Gil lembra que “os alunos já vão estar numa situação real de palco, de espectadores, de luzes e de sons”. No fundo, o grande teste é saber como os alunos vão reagir a aplicar a magia à realidade.

Mas e como é que os alunos reagem aos “truques” de ensino? A experiência profissional de João Miranda e Gonçalo Gil é apreciada pelos estudantes. Segundo Paulo Geraldes, um aluno “recetivo a todas as iniciativas que possam surgir nesta arte”, a relação professor-estudante é “boa, construtiva e apela ao corporativismo”, como conta ao JPN. Uma escola para graúdos, mas que não deixa os miúdos de fora. Leonardo, de dez anos, um dos mágicos mais novos, confessa que o seu desejo é ser mágico profissional.

Ensinar ilusionismo de qualidade e formar mágicos capazes de atuar em qualquer tipo de situações é o objetivo da Escola de Magia do Porto. “Existem péssimos profissionais desta área em Portugal. Ao criar mágicos com uma formação bastante consistente estamos a fazer com que a magia seja vista com outros olhos”, remata João Miranda.