Se pudesse descrever o Plano B numa palavra, Filipe Teixeira, da direção do bar, admite que seria “Porto”. Situado na Baixa portuense desde 2006, o Plano B cedo se tornou um espaço de culto importante na noite da cidade e, para os seus fundadores, o bar tem contribuído “para a reabilitação cultural e social da Baixa”. Melhorar “o nosso Porto” foi, segundo os criadores do espaço, a “principal inspiração”.

Depois de cinco anos de sucesso, Filipe Teixeira mostra-se orgulhoso com o projeto e revela que sente uma “certa segurança” por terem aguentado tanto tempo, sem ser necessário “abdicar dos ideais e sem perder o Norte”. “Principalmente por termos conseguido fazer a maioria das coisas que nos propusemos fazer”, diz.

Sem um público-alvo definido, Filipe Teixeira acredita que é “a programação variada” e “a atitude relaxada e descontraída” do Plano B que leva tanta afluência ao espaço. O objetivo é fugir ao “cliché das discotecas industriais”.

Desde que abriu portas pela primeira vez que muita coisa mudou mas, para Filipe Teixeira, as principais mudanças aconteceram na Baixa, com “a proliferação de novos negócios, lojas, bares, restaurantes, hostels e guest houses”, o que levou mais turistas à cidade.

“Temos a ambição de fazer iniciativas mais orientadas para a reabilitação cultural e urbana”, garante Filipe Teixeira.

Os espetáculos e concertos

Para assinalar o quinto aniversário, o Plano B decidiu alargar as festividades durante todo o mês de dezembro. Esta noite, para o apagar das velas, atuam os BlackStrobe e os The StepKids.

Durante o mês seguem-se uma série de outros concertos, com destaque para as japonesas Nisennenmondai, Discotexas Band e Macacos do Chinês, segundo a organização.

O culminar das atuações está marcado para a passagem de ano, com as atuações de Kulture Brothers, Simão Praça e Rui Maia (X-Wife e Mirror People), entre outros.

Cinco anos de história

O Plano B nasceu a 7 de Dezembro de 2006, através do desejo de jovens universitários inovadores que sentiram necessidade de criar “um projeto que oferecesse aquilo que não havia na Baixa, onde fosse possível ter bons concertos, uma sala de exposição e uma sala para música mais electrónica”. A ideia foi delineada durante o ano de 2004, numa altura em que começaram a sentir que no Porto não havia nenhum espaço com o qual se identificassem a 100%.

Situado na zona dos Clérigos, por ser um local adequado, “sem vizinhos e com transportes públicos por perto”, o Plano B é um local diferente dos outros bares e discotecas.

O conceito surgiu com o intuito de “divulgar novas tendências da música, criar espaço para novos DJ, bandas e artistas, assim como ter uma plataforma versátil para eventos culturais e de rua”.

Situado num edifício com cerca de um século de idade, os responsáveis pelo bar pretenderam manter o conceito da época, com a “utilização de mobiliário antigo”.