Encontrou a notícia do concurso no site de um designer que visita regularmente. Concorreu. E, um ano depois, Sérgio Alves é premiado com o Graphis Gold Award na categoria Poster Annual 2012.

A Graphis, que se apresenta como Diário Internacional de Comunicação Visual, recolhe, ao longo do ano, trabalhos enviados por designers de todo o mundo e elege vencedores para várias categorias.

“É a satisfação pessoal de fazer um trabalho e saber que é reconhecido”, afirma Sérgio Alves. O prémio não lhe trouxe nenhuma recompensa monetária, mas encara as participações em concursos como investimentos: “Concorre-se, perde-se dinheiro e ganha-se divulgação”.

“Não faz sentido parar”

O gosto pelo design surgiu no ensino secundário. Mas Sérgio sentia que queria mais. Entrou para o curso de design gráfico na escola artística e profissional Árvore, no Porto, onde se distingue como melhor aluno de 2009.

“Depois não fazia sentido parar”, confessa. Por isso mesmo seguiu para a ESAD – Escola Superior de Artes e Design -, em Matosinhos, onde esperar concluir em 2012 a licenciatura.

O estudante viu já vários trabalhos publicados em editoras e revistas internacionais. Participa em projetos como o Jornal Universitário do Porto, a revista Dédalo, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde executa todo o trabalho de concepção gráfica e colabora com a revista Drama. Os projetos são muitos, mas a atenção do país dada a este tipo de trabalhos não é assim tanta: “Em geral, dá-se menos atenção aqui do que no estrangeiro”, adianta.

“Futuro negro”? Nem por isso

É a vontade de trabalhar e integrar projetos novos que contribui para o “recheado” portfólio de Sérgio Alves: “Habituei-me a ser autodidata, a estar atento, a trabalhar por mim e a não estar à espera de que as coisas venham ter comigo”. Tem “objetivos a longo prazo” e pensa que a crise não vai ser nenhum bicho-de-sete-cabeças. Não prevê “um futuro muito negro”.

Neste momento, nota já uma diferença: “Estou a arranjar mais trabalho e mais complexo, sem o procurar. É engraçado como as coisas mudam”. Mas confessa que as pessoas ainda não sabem onde ir procurar um designer quando precisam.

Para Sérgio, ser designer “passa muito pelo gosto que se tem. Logo, o que se faz não é propriamente trabalho, é natural. Daqui a 10 anos espero continuar a fazer o que gosto”.