Esta quinta-feira, o grande auditório do Fantasporto recebeu, em dose dupla, a adaptação do livro “Drácula”, de Bram Stoker. Como forma de celebrar o centenário da morte do autor, o Fantasporto reservou a noite para apresentar “Nosferatu” (1922), de F. W. Murnau, e “Drácula” (1992), de Francis Ford Coppola, as duas adpatações cinematográficas do livro. A surpresa que levou alguns dos espetadores a reverem “Nosferatu” foi a versão restaurada.

A sala do grande auditório começou com pouco mais de metade dos lugares ocupados. No entanto, aquando da introdução deste último, o número de espetadores foi aumentando.

Luís, um dos espetadores da sessão, referiu que “já tinha visto os dois filmes”, mas o que o levou a rever foi a “versão restaurada e completa de ‘Nosferatu’ “, diferente da versão que tinha visto em DVD.

Já o grupo de amigos constituído por Manuela Cochat, Verónica Fraga, Mara Pinheiro, Camila Moutinho e João Miragaia mostraram-se entusiasmados com “Nosferatu” e referiram a comparação da “evolução dos efeitos especiais” como um ponto interessante do filme. De entre as várias diferenças entre o retrato do vampiro clássico e o vampiro atual, salientaram os dentes, o facto de os vampiros antigos não puderem apanhar luz – contrariamente aos recentes que podem -, e o pormenor de Nosferatu “poder levar o caixão com terra” para qualquer lugar.

Curiosamente, parte do público desconhecia que “Drácula”, de Coppola, ia terminar a sessão e, por isso, saiu da sala. Visivelmente mais vazio, o grande auditório contava apenas com os espetadores que esperaram pelos créditos finais ou aqueles que sabiam que se tratava de uma sessão dupla. Já ia “Drácula” a decorrer quando, por fim, a sala recuperou a audiência.

Apesar dos dois filmes serem baseados no mesmo livro, a obra de Murnau não conseguiu os direitos para realizar a “Drácula”, o que obrigou o autor a intitular o famoso conde de “Nosferatu”. No entanto, a sessão apresentou as duas versões e foi possível ao público comparar as duas obras, com 70 anos de diferença entre si.