A primeira edição da Academia RTP terminou em fevereiro, com balanço positivo. “Aqui desenvolveram-se novas competências e construiu-se verdadeiramente a geração trans-media de Portugal”, diz o site oficial.
Nesta segunda edição, realizada no Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, os projetos são, na sua maioria, televisivos, mas, comparando com a edição anterior, há mais projetos de rádio e para plataformas web[PDF].

Depois de saírem os resultados da edição anterior, os que ficaram de fora mobilizaram-se e criaram um grupo no facebook chamado “Os Outros 1188“, que tem como objetivo a troca de opiniões e experiências. Este grupo, com a chegada da nova edição, ganhou nova importância. “1188 foram os projetos não selecionados. Se continuas tão entusiasmado com a tua proposta como quando a enviaste, apresenta-a, conhece a dos outros e o que eles acham da tua proposta”, pode ler-se no grupo.

Vítor Gonçalves foi um dos fundadores e explica que o mesmo serve para “criar um projeto mais viável para uma nova edição da Academia e aproveitar as áreas de competência” de cada um para avançarem com um projeto próprio. Vítor concorreu duas vezes e nenhuma das vezes foi selecionado, questionando a inclusão de candidatos de outras áreas no concurso. “A Academia é um estágio profissional para uma área onde há muita falta de emprego. Eu não posso concorrer para um estágio profissional em engenharia, enfermagem ou medicina… Por que é que esses profissionais podem concorrer para a minha área?”, salienta.

Neste primeiro dia na Academia, os estagiários vão conhecer as instalações e vão ser acompanhados pelos diretores de conteúdos da RTP, bem como por alguns elementos da equipa de projeto, como Luísa Calado, Mário Augusto, João Fernando Ramos e Pedro Bessa. Mais cem candidatos vão iniciar um estágio profissional de nove meses na Rádio e Televisão Portuguesa.

João de Sá entrou na primeira edição da Academia. “Aprendi mais naqueles nove meses do que na universidade.” João, que era o mais novo dos estagiários da Academia (com apenas 18 anos), diz que gostou muito da experiência e aconselha os novos aprendizes a trabalharem muito e a tirarem o máximo partido do projeto. Quanto a mudanças, João espera que “haja mais formação técnica” e “menos teórica”. O jovem não estava à espera de ficar na RTP a trabalhar, porque já sabia de início que essa hipótese estava de parte. “O objetivo não era por ninguém nos quadros da RTP. Não tive essa esperança”, revela. Ainda assim, João aguarda ter trabalho na área e acredita que “ter o selo da RTP ajuda bastante.”