O único representante português ainda em prova na Liga dos Campeões, o Benfica, tem uma tarefa complicada perante o vencedor da Liga Europa e da Supertaça Europeia de 2008, o Zenit de S. Petersburgo. No entanto, os dois golos marcados no terreno adversário fazem com que um golo baste ao Benfica para passar aos quartos-de-final da liga milionária.

Desde que Jorge Jesus assumiu o cargo de treinador dos “encarnados”, o registo dos jogos europeus em casa é muito positivo: em 19 encontros europeus disputados na Luz, o Benfica apenas perdeu por uma vez, frente aos alemães do Schalke 04. Ainda assim, o treinador das “águias” nunca conseguiu chegar aos quartos-de-final da Champions, proeza que foge aos lisboetas desde 2006.

Nesta altura, o Benfica atravessa o pior momento da época. A equipa de Lisboa procura recuperar de uma série de quatro jogos oficiais sem vencer, um ciclo iniciado precisamente na Rússia com a derrota perante a equipa orientada por Luciano Spalletti. Seguiram-se as derrotas em Guimarães e na Luz (frente ao FC Porto) e, pelo meio, o empate em Coimbra. O Benfica perdeu oito pontos e o 1.º lugar no campeonato.

Até fevereiro, a equipa da Luz não registava nenhuma derrota em jogos para a Liga e permanecia invicta também na Liga dos Campeões, mesmo depois de dois embates frente ao colosso Manchester United. Antes deste ciclo negativo, a equipa de Jorge Jesus apenas tinha perdido frente ao Marítimo no estádio dos Barreiros, onde o 2-0 valeu a eliminação da Taça de Portugal.

Na conferência de antevisão do jogo, Jorge Jesus sacudiu a pressão da equipa e afirmou que os recentes resultados só motivam ainda mais os jogadores. “O Benfica joga sempre para vencer e com a pressão das grandes equipas”, diz. Para Jesus, a massa adepta será essencial para ganhar a partida. “Sentimos que com o apoio do público e a qualidade da equipa podemos seguir em frente”, acredita o treinador “encarnado”.

Também o técnico do Zenit, Luciano Spalletti, mostrou-se confiante na sua equipa, apesar de rejeitar o favoritismo após a vitória da primeira mão. O italiano afirma que o Benfica é muito semelhante ao FC Porto, recordando o empate sem golos no Dragão, que garantiu a passagem do Zenit aos oitavos-de-final. Spalletti diz, ainda assim, que a sua equipa acusa alguma “falta de experiência” nos momentos decisivos.

“Sabemos o que temos de fazer na segunda mão”, diz Witsel

Apesar do momento negativo que a equipa atravessa, o plantel encarnado demonstra-se confiante para o jogo com o Zenit. Em declarações ao site da UEFA, Luisão relembrou as difíceis condições climatéricas que o Benfica encontrou no Estádio Petrosky. Para o capitão das “águias”, o encontro da segunda mão será diferente e menos físico. “Foi uma verdadeira luta. Neste encontro vamos tentar usar mais a técnica, mas eles também”, afirma o internacional brasileiro.

Também em declarações ao site da UEFA, Axel Witsel diz acreditar numa vitória benfiquista, mas alerta para os perigos do contra-ataque dos russos. O médio belga revela que os jogadores estão preparados para a segunda mão e que os objetivos devem ser pensados jogo a jogo. “É importante pensar num jogo de cada vez e não começar a olhar demasiado para a frente”, esclarece o jogador de 23 anos.

O português Danny, apesar de ser baixa confirmada devido a uma grave lesão no joelho que o impede, inclusive, de representar Portugal no Euro 2012, viajou com o Zenit para Lisboa e fez a antevisão do jogo. Para o ex-jogador do Sporting, este é “o jogo mais importante da história do Zenit”.

No Benfica são de referir as ausências por lesão de Ezequiel Garay e Pablo Aimar, membros nucleares do onze base de Jorge Jesus, que se lesionaram na derrota frente ao FC Porto, e, ainda, do reforço de inverno Yannick Djaló.

Além da ausência já citada do português Danny, o Zenit não conta, também, com o sonante reforço Andrey Arshavin, por este já ter atuado na Liga dos Campeões deste ano com a camisola do Arsenal.

O jogo será arbitrado pelo inglês Howard Webb, que será auxiliado por Michael Mullarkey e Stephen Child. Curiosamente, o juiz de 40 anos já dirigiu uma partida com intervenientes semelhantes nesta edição da Champions. No dia 28 de setembro deste ano, Webb arbitrou o jogo em que os russos bateram o FC Porto por 3-1, ainda na fase de grupos.