A época não tem corrido bem ao Sporting, que chegou a entusiasmar com uma série de dez jogos seguidos a vencer no início do campeonato e da Liga Europa. Os “leões” entraram mal em 2012, com um registo muito negativo que culminou no despedimento de Domingos Paciência e na promoção de Ricardo Sá Pinto a treinador principal.

Com a conquista do campeonato hipotecada depois desse período e com a eliminação da Taça da Liga, o Sporting chega a março com apenas dois objetivos em cima da mesa: a Taça de Portugal e a Liga Europa. No entanto, se a presença no Jamor já está assegurada, a passagem aos quartos-de-final da Liga Europa adivinha-se uma missão quase impossível. Numa época em que fez história ao ser a primeira equipa a classificar-se para os dezasseis-avos-de-final com apenas três jogos disputados na fase de grupos, o Sporting encontra o milionário Manchester City nos oitavos-de-final.

Os “citizens” chegam a Lisboa depois de eliminar o FC Porto, num resultado agregado de 6-1 (2-1 no Estádio do Dragão e 4-0 no Ettihad). Apesar de não ser um nome sonante da história do futebol inglês, o City valeu-se dos muitos milhões de libras injetadas pelo seu dono, o xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan, para ter no seu plantel alguns dos melhores jogadores do mundo.O City não vence a Liga Inglesa desde 1967 e, em termos europeus, regista apenas a conquista da extinta Taça das Taças, em 1970. Ainda assim, são os principais favoritos a vencer a Liga Europa e a Premier League deste ano.

Mesmo tendo em conta as dificuldades esperadas, o Sporting exibe um registo positivo em Alvalade, onde não perde para as competições europeias desde 2010. Os “leões” apresentam, ainda, excelentes números nos jogos em casa contra equipas inglesas: seis vitórias, um empate e uma derrota.

A única vez que os dois clubes se defrontaram foi a 24 de julho de 2010, num particular a contar para o New York Football Challenge 2010. Na altura, o Sporting derrotou o Man. City por 2-0, com os dois golos a serem apontados pelo agora jogador do Benfica Yannick Djaló.

“Em alta competição, o favoritismo diz-me muito pouco”, diz Sá Pinto

Na conferência de imprensa de antevisão da partida, Ricardo Sá Pinto, treinador do Sporting, elogiou a equipa inglesa, mas diz que o clube de Alvalade tem hipóteses de seguir em frente. De acordo com o treinador leonino, o Sporting não teme ninguém e o que se pede aos jogadores é “grande espírito de sacrifício, união e rigor”.

Emiliano Insúa, defesa do Sporting, defrontou por três vezes o City ao serviço do Liverpool e nunca perdeu. Em entrevista ao site da UEFA, o argentino diz que, para levar de vencida o líder da Premier League, “não há segredos: existe trabalho e união”. “Só uma equipa unida, irrepreensível na defesa, poderá ser bem-sucedida frente ao City”, acrescenta o argentino.

Ricardo Sá Pinto não deve poder contar com o contributo de “Fito” Rinaudo, Jeffrén, Alberto Rodriguéz e Ogushi Onyewu, todos ausentes por lesão. Também Elias e Santiago Arias ficam de fora da partida, por não estarem inscritos na Liga Europa. Do lado do City, destaque para as ausências de Micah Richards e Pablo Zabaleta, por lesão, e de Yaya Touré, castigado.

O jogo será arbitrado pelo espanhol Carlos Velasco, bem conhecido dos clubes portugueses: dirigiu a final da Liga Europa do ano passado, entre FC Porto e Sp. Braga, e esta temporada já apitou o Benfica-Basileia e o FC Porto-Zenit.