O balanço da primeira edição da Academia RTP é “altamente positivo” e “há muita gente nova a fazer coisas muito interessantes”. Quem o diz é Mário Augusto, um dos responsáveis pela iniciativa. Ainda assim, Mário Augusto admite que “é pena que não haja escoamento para tanta gente” no mercado de trabalho.

Quanto à segunda edição, o crítico de cinema espera que os novos selecionados concluam com “igual aproveitamento” o estágio e que os projetos dos mesmos “espantem quem os vê, já que muitos estão ao nível da televisão profissional e outros superam pela criatividade”. O estágio profissional proporcionado pela Academia permite aos jovens estarem nove meses a serem remunerados pelo seu trabalho e/ou aprendizagem.

O apresentador do “Janela Indiscreta” disse ao JPN que gostaria que uma pequena percentagem dos candidatos selecionados tivesse lugar na empresa onde trabalha, mas “a RTP não tem capacidade de absorver tantos jovens e não é esse o princípio do conceito”, lembra o comunicador.

Como jornalista de cinema, Mário Augusto acredita que os projetos de curtas-metragens e ficção das duas edições vão enfrentar sérias dificuldades para sobreviver, pois a produção audiovisual é muito cara. Nesta edição, o jornalista adiantou que há alguns magazines televisivos que envolvem cinema “e os jovens que os apresentaram vão ter da minha parte todo o apoio e aplauso à iniciativa”. “Estou a ajudar e estou a perder o lugar, mas não me importa”, diz Mário Augusto em tom de brincadeira.

“Só consegue chegar à meta quem não desiste de correr”

Cerca de mil e trezentos jovens candidataram-se à primeira edição e, destes, 1188 ficaram de fora. Houve ainda quem tentasse a sorte nas duas oportunidades, mas não conseguisse ser selecionado em nenhuma.

Mário Augusto defende que, “na vida, há três vetores que influenciam uma carreira mais complexa: sorte, capacidade de trabalho e jeito”. “Havia projetos que não entraram na primeira e segunda edições que dariam bons produtos de audiovisual, mas quem os candidatou não teve o engenho para convencer o júri”, defende.

O jornalista crê que “a formação prática dada aos jovens vai fazer a televisão do futuro” e que “a Academia cumpre o propósito de serviço público”. O JPN quis saber com qual projeto concorreria o apresentador de TV à Academia RTP: “Talvez com um magazine de cinema, que me apaixona, mas muito mais, por uma área pela qual eu não sou conhecido por gostar, que são os documentários”, revela.