O Lófte, situado no número 43 da rua dos Caldeireiros, é um edifício construído no séc. XVIII e ficou na história como o primeiro hospital a funcionar na cidade invicta. Após ter sido declarado devoluto em 2009, o prédio começou a ser recuperado por um conjunto de artistas oriundos de cinco países (Portugal, Espanha, Itália, Estónia e Eslovénia) e que formam o coletivo Lófte. Hoje em dia, a sala acolhe vários projetos artísticos, entre exposições e conferências, passando por eventos como o festival Zootrópio.

O Zootrópio – Short Film and Video Festival, exibe trabalhos de mais de cem artistas, provenientes de quinze países diferentes. Aproveitando as diferentes origens, que vão desde Portugal até ao México e passam por países como o Brasil, a Letónia e a Grécia, os artistas juntam-se no Lófte para demonstrar a variedade, a criatividade e a fuga ao convencional que colocam nas suas abordagens audiovisuais. O objetivo do festival é esse mesmo: construir uma plataforma de reunião de artistas e de troca de ideias.

Segundo Igor Gonçalves, um dos poucos portugueses da organização, o objetivo do festival era “pegar em artistas desconhecidos, ou menos conhecidos, e dar a conhecer o seu trabalho”. A equipa recebeu mais de 200 trabalhos, o que fez com que passassem “várias noites, até de madrugada, a ver os filmes”.

O festival tem o apoio da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Igor Gonçalves destaca esta parceria, que considera “muito próxima”, e acrescenta que “sem a FBAUP seria muito difícil concretizar esta ideia. “São eles que nos dão quase todo o suporte técnico: os projetores, as televisões e até as cadeiras”, afirma.

Além da projeção em tela dos trabalhos em concurso, estão previstos concertos que serão, na sua maioria, acompanhados por projeção audiovisual. Igor Gonçalves admite que a organização não sabe o que esperar quanto à adesão do público. “O Lófte é cada vez mais um lugar com visibilidade na cidade do Porto e a área multimédia interessa a muitas pessoas. Existe uma perspetiva a médio prazo, mas a verdade é que temos de esperar para ver”, confessa.

Os participantes competem em cinco categorias diferentes: Animação, Documentário, Experimental, Ficção e Video-Arte. O júri será composto por Vítor Almeida e por Rute Rosas, docentes na FBAUP, Dário Oliveira, presidente e fundador do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, e pelo presidente da associação Lófte, João Alves Marrucho. Os vencedores terão a oportunidade de exibir os seus trabalhos no canal 180, outro dos parceiros do festival.