O Benfica garantiu o apuramento para os quartos-de-final pela terceira vez nos últimos vinte anos, com uma vitória por 2-0 sobre o Zenit São Petersburgo. Depois da derrota na Rússia há duas semanas, por três bolas a duas, bastava um golo ao Benfica para garantir o apuramento na Luz.
Sem Ezequiel Garay nem Pablo Aimar, Jesus apostou em Jardel no centro da defesa e em Bruno César para o meio-campo. O Benfica dominou todo o jogo, mas foi o Zenit a criar a primeira grande oportunidade de perigo, depois de Artur ter entregue mal a bola em zona proibida, mas Shirokov rematou para a defesa fácil do guarda-redes encarnado. O Benfica acabou por chegar merecidamente à vantagem num momento crucial da partida.
A terminar a primeira-parte, uma excelente jogada de entendimento entre Bruno César e Witsel, com o belga a permitir à primeira a defesa do guarda-redes Malafeev, mas a assistir depois, de calcanhar, Maxi Pereira, no coração da área, que fez o Estádio da Luz respirar de alívio.
Na segunda-parte, a equipa de Bruno Alves (que entrou aos 53′ e foi constantemente assobiado devido à entrada dura sobre Rodrigo na primeira mão) manteve a grande coesão defensiva e complicou sempre muito a vida aos encarnados. No entanto, com o decorrer dos minutos, o Zenit tentava pressionar mais e isso permitiu ao Benfica ter mais espaço para atacar e, como se sabe, isso costuma ser fatal. Cardozo teve o golo nos pés, aos 70′, mas foi pressionado por Criscito e rematou ao lado da baliza russa.
Aos 80′, o paraguaio cedeu o lugar ao jovem Nélson Oliveira, recentemente convocado para a selecção nacional, que estabeleceu o resultado final no derradeiro minuto de jogo, após contra-ataque conduzido por Bruno César. O Benfica segue assim em prova e espera agora pelo dia 16 deste mês para conhecer o adversário dos “quartos-de-final”.
Nos outros jogos desta jornada europeia, o Arsenal venceu o AC Milan por 3-0, mas o resultado foi insuficiente depois da derrota por 4-0 em Itália. A equipa inglesa confirmou a irregularidade entre os jogos em casa e os jogos fora e realizou uma primeira parte demolidora. Koscielny fez o 1-0 logo aos 7′, na sequência de um canto. Aos 25′, Rosicky aumentou a esperança dos 60.000 adeptos que encheram o Emirates. No final da primeira parte, o explosivo Chamberlain tem uma boa iniciativa individual pela direita e é derrubado por Nocerino dentro da área. O inevitável Van Persie transformou a grande penalidade e deixou o Arsenal mais perto de uma reviravolta histórica.
Na segunda parte, o jogo foi muito aberto, com oportunidades claras para ambos os lados. Logo a abrir o segundo tempo, Abbiati fez duas defesas incríveis a remates de Gervinho e Van Persie. Apesar do domínio do Arsenal, o AC Milan criou sempre muito perigo no contra-ataque. Nocerino desperdiçou a principal oportunidade dos rossoneri, com a baliza escancarada, rematando fraco e à figura do guarda-redes Szczesny. O resultado manteve-se inalterado até ao final, com o campeão italiano a beneficiar da goleada imposta na primeira mão para seguir para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.
No Camp Nou, o Barcelona cilindrou o Bayer Leverkusen por 7-1, com mais um “show” de Messi, desta vez com contornos históricos: nunca nenhum jogador havia marcado 5 golos num jogo da “Champions” e nunca nenhum jogador havia marcado quatro golos em mais do que um jogo. Com esta exibição de sonho, Messi fica assim, aos 24 anos, a oito golos de se tornar o melhor marcador da história do clube. Depois da vantagem de 3-1 trazida da Alemanha, a reviravolta era tarefa quase impossível para o Bayer, que não resistiu a avalanche ofensiva dos blaugrana. Entre os golos de Messi (aos 25′, 43′, 50′, 58′ e 85′) ainda houve tempo do jovem Tello confirmar a qualidade que tem demonstrado nas últimas semanas ao serviço do Barça e bisar na partida (55′ e 62′). O máximo que equipa alemã conseguiu fazer foi reduzir a desvantagem para seis golos, por intermédio do jovem Bellarabi, já perto do final da partida. O Barcelona passa sem surpresa esta eliminatória (10-2 no total da eliminatória) e segue para defender o título que conquistou em Wembley na época passada.
No Chipre, o APOEL fez mais uma vez história. Já havia sido o primeiro clube do país a atingir os oitavos-de-final da competição, mas não se quis ficar por aí e eliminou o Lyon no desempate por grandes penalidades. A equipa dos portugueses Nuno Morais, Paulo Jorge e Hélder Sousa (todos titulares) cedo anulou a vantagem de um golo que o Olympique trazia da primeira mão. Manduca, logo aos 9′, pôs em delírio os cerca de 20 mil cipriotas que encheram o Estádio GSP.
Num jogo intenso, com oportunidades claras para ambos os lados, o resultado não mais se alterou e tudo ficou decidido através do desempate por penalties. O guarda-redes Chiotis revelou-se, aí, o herói da noite, ao defender as duas últimas grandes penalidades marcadas pelo Lyon, de Lacazette e de Michel Bastos, e prolonga o conto de fadas daquela que é a grande surpresa da competição.