As primeiras partículas eletromagnéticas da erupção solar, que começou segunda-feira, chegaram hoje, quinta-feira, à Terra. Não há razões para alarme porque, como explica Ricardo Reis, do Núcleo de Divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), este fenómeno “afeta nada ou muito pouco a Terra, que tem um campo magnético que a protege”.

No entanto, esta é a “mais forte erupção desde dezembro de 2006”, diz o perito norte-americano de meteorologia espacial na Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera, Joseph Kunches. Contudo, em Portugal os motivos para desconfiar do Sol são menores: as zonas mais próximas dos pólos, onde o campo magnético não é tão espesso, são quem mais terá probabilidades de sentir as consequências da erupção.

Ainda assim, “há efeitos indiretos”. “Podemos estar a ver a FOX, um canal internacional, e perder o sinal durante algum tempo ou o sinal da rádio não chegar, porque tem de ultrapassar a ionosfera que está turbulenta”, afirma Ricardo Reis. Para além de falhas nas telecomunicações, os efeitos podem-se sentir ao nível da distribuição elétrica e das rotas aéreas que passam pelos pólos, onde a radiação passa a ser mais que a recomendada.

“O problema é que a erupção traz campo magnético próprio”, explica o membro do CAUP. No entanto, é provável que mais erupções aconteçam nos próximos meses, uma vez que o Sol atinge o pico máximo no seu ciclo de atividade em 2013.

Para já, os efeitos da erupção mantêm-se até sexta-feira e prometem criar em espetáculo de auroras boreais na Ásia Central.