André Castro Pereira começou a jogar no Gondomar S. C. com 9 anos, e cedo passou para as camadas jovens do F. C. Porto. Foi aí que começou a construir a sua carreira, chegando à equipa principal na época 2007/08. Depois de ganhar o título nacional nesse ano, esteve emprestado ao Olhanense e ajudou a equipa a subir à primeira divisão. Atualmente, está a cumprir a segunda temporada no Real Sporting Gijón, da Liga Espanhola, novamente por empréstimo.

O jogador admite ter saudades da equipa azul e branca e da cidade, à qual gostaria de regressar em breve, para se poder afirmar no clube. “Ainda tenho dois anos de contrato, e isso é porque eles acreditam em mim, e eu acredito que ainda me posso afirmar na equipa”, diz Castro.

O médio afirma que chegou a altura de tomar uma decisão, porque “os empréstimos vão ter de acabar. Ou é para apostar no Porto, ou então tenho de seguir outro caminho”. Ainda assim, o jovem espera que o seu futuro passe pelos “dragões”.

Apesar da vontade de regressar à Invicta ser grande, Castro diz que se sente muito bem no clube espanhol. Atualmente no penúltimo lugar do campeonato, diz que, “mesmo assim, os adeptos continuam a ir ao estádio e a apoiar-nos incondicionalmente”.

A jogar numa das ligas mais competitivas do mundo, diz que “jogar todas as semanas à frente de 30, 40 mil pessoas é sempre uma motivação muito grande”. André Castro sente-se feliz quando cantam o seu nome no estádio em todos os jogos, e diz mesmo: “um jogador aqui consegue ser mais acarinhado do que em Portugal”.

“Em Portugal deviam apostar mais nos jovens”

Quando questionado sobre a aposta dos clubes nacionais em jovens jogadores portugueses, Castro é perentório na resposta: “basta ver que o campeonato português está cheio de estrangeiros, e há imensos jogadores portugueses em que as equipas podiam apostar”, afirma com alguma indignação.

O jovem do F. C. Porto utiliza o exemplo do Athletic de Bilbao, que “joga com 100% de jogadores espanhóis”, e diz ainda que “as pessoas em Portugal gostariam mais do futebol e de ir aos estádios se houvesse mais jogadores portugueses em campo”.

No que diz respeito à seleção, Castro mantém a esperança, mas diz que “em condições normais” não deverá ser chamado para o Euro2012.

Messi ou Ronaldo?

Sobre o melhor jogador do mundo, o português não consegue decidir. “Acho que compará-los é estragar o quão bom eles são”, diz o médio. “O Ronaldo é mais completo, o Messi é um mágico do futebol, faz jogadas brilhantes. O Ronaldo é mais objectivo, talvez”, completa.

O jogador do F. C. Porto acredita que o Real Madrid se vai sagrar campeão, e atribui grande parte do mérito a Mourinho. “Está a ser uma equipa muito regular, que joga muito bem, e grande parte disso deve-se ao trabalho do Mourinho, pela equipa que construiu”, defende.

No entanto, o seu ídolo joga no rival Barcelona. “Xavi deveria ser um exemplo para todos os que jogam no meio campo, e não só”, afirma. Segundo Castro, “a maneira como ele joga, a simplicidade com que conduz o jogo” são únicas no mundo do futebol.

“Quem me tira o Porto tira-me tudo”

André sente-se bem a viver em Gijón por ser “uma cidade muito bonita” e, em alguns aspetos, semelhante ao Porto: próxima do mar e “onde se come melhor” em Espanha”.

Apesar disso, não se quer separar da cidade onde nasceu e mal pode esperar por regressar a casa. “A mim quem me tira o Porto tira-me tudo, porque eu adoro a minha cidade”.