No processo de privatização das Águas do Porto a Aquapor SA foi a única empresa a apresentar uma candidatura. O prazo terminou terça-feira às 23h00 e, agora, “o júri tem 30 dias úteis para elaborar o relatório final”, explica fonte do gabinete da Câmara Municipal do Porto (CMP), em resposta escrita à Agência Lusa.

O concurso público internacional foi lançado em janeiro pela CMP e o objetivo é privatizar 45% da empresa municipal por 30 anos, a um preço base de 30 milhões de euros. Ainda assim, a Câmara continua a ser acionista maioritária e a receber lucros equivalentes à sua participação (55%).

Aquando da aprovação do projeto, em novembro de 2011, Rui Rio afirmou que eram precisas “soluções para dar resposta à crise” e a empresa sediada em Lisboa demonstrou o seu interesse pelo negócio. “A Aquapor irá apresentar-se com uma proposta competitiva, de forma a oferecer soluções de valor acrescentado que permitam dinamizar o setor no concelho do Porto”, afirmou, na altura, José Teixeira, presidente da Aquapor.

Mesmo com a possibilidade do dinheiro deste negócio reverter para a requalificação do mercado do Bolhão ou do Pavilhão Rosa Mota, a oposição não se mostrou convencida e votou contra a proposta de privatização. Para o PS, CDU e BE, o negócio não é rentável, porque se baseia em lucro imediato e compromete futuros autarcas.

No entanto, o processo ainda está longe de ser pacífico e, em janeiro deste ano, o município viu-se obrigado a prolongar o prazo estabelecido para concurso devido a problemas burocráticos. Não é possível saber se haverá alterações nos serviços prestados pela empresa Água do Porto no futuro, mas uma lista de condições obrigam a nova empresa acionista, seja ela qual for, a seguir um conjunto de regras, como seja não gerar lucro através do aumento da tarifa da água.

Num e-mail enviado ao JPN, a Aquapor SA diz que aguarda a apreciação do juri do concurso e não faz declarações.