Cada vez aprendemos mais a partir da Internet, mas aprender via Facebook é uma variante mais vanguardista. Pedro Chagas Freitas, professor e escritor vimanarense, explica que o que torna o seu projeto inovador é a característica de “usar uma ferramenta que, à partida, não tinha nada de educacional, e dar-lhe um caráter quase científico, quase metodológico”. “Essa é que é a grande novidade”, acredita. Por vinte euros por mês, durante seis meses, os alunos vão aprender a ser escritores através da rede social.

Chagas Freitas tem já a primeira turma completa para as aulas que começam na próxima segunda-feira, 19 de março. As aulas serão dadas via Facebook, a rede social com mais utilizadores em todo o mundo, aos interessados no bem escrever da língua portuguesa. As inscrições estão abertas a “alunos dos 6 aos 116”, de qualquer área de formação.

O professor explica que começaram a surgir possibilidades para “criar sessões coletivas online de escrita criativa”, que se anexaram a um facto: muitos dos grupos de turmas presenciais começaram a constituir grupos no Facebook onde comunicavam entre si. Da junção dos dois fatores surgiu a ideia de dar as aulas através dessa plataforma, a lógica inovadora do projeto.

Como seria de esperar, o projeto goza das mais-valias atribuídas ao meio online. “As pessoas podem juntar o melhor de dois mundos. Têm a vertente do convívio, da partilha de ideias e, ao mesmo tempo, podem estar onde quiserem”, explica o professor. Os alunos podem, ainda, ter acesso ilimitado à informação transmitida, que fica armazenada na página da iniciativa. Para já, a iniciativa ainda só está disponível em português. No entanto, poderá haver a possibilidade de abranger mais idiomas no futuro, garante Pedro Chagas Freitas.

Em qualquer aula, o diálogo entre professor e aluno é essencial à passagem dos conteúdos. Apesar de ser diferente do habitual frente-a-frente, a troca de ideias é aqui estabelecida através das ferramentas que o Facebook fornece, como o chat e as caixas de comentários. “A ideia é, de facto, ser tudo por escrito. É uma forma de passar a preocupação relativamente aquilo que se está a escrever e, ao mesmo tempo, é uma forma de avaliar a evolução de cada aluno”, refere.

O curso pode, também, enriquecer o currículo dos interessados. “Se o pretenderem, os alunos podem obter uma comprovação de frequência”, garante. No entanto, Chagas Freitas explica que ainda está em fase de avaliação uma eventual atribuição de notas aos alunos inscritos.